Terminou no domingo - com a escolha dos prefeitos das 50 cidades que tiveram segundo turno - a eleição dos mais de 5600 prefeitos e 57 mil vereadores de todo o país. Os eleitos tomarão posse no dia 1º de janeiro, com o compromisso de atuar nos cargos durante os próximos quatro anos. O eleitor, no seu próprio interesse, deve acompanhar a atuação desses senhores e senhoras para, se necessário, deles cobrar o cumprimento das promessas feitas na hora de conquistar o voto. É dessa forma que o povo pode contribuir para a melhora do país e até da própria classe dos políticos. De nada adiantará pensar que a sua tarefa acabou na hora de depositar o voto e, depois, reclamar dos políticos. Os veículos de comunicação poderão prestar um grande serviço à sociedade se, agora, conhecidos os resultados das urnas, divulgarem o plano de governo e o quadro geral de promessas feitas pelos eleitos. É com esse proselitismo que o candidato conseguiu os votos para se eleger e, uma vez eleito, seu dever é realizar os trabalhos e empreendimentos prometidos ou, na impossibilidade, vir a público e explicar porque não pode fazer. Agindo dessa forma, o governante e os vereadores estarão dando uma resposta às expectativas que criou no eleitor, evitando cair no descrédito e receber a inconveniente etiqueta popular de que “todo político é mentiroso”, ou até pior... A sociedade é o conjunto dos cidadãos, desde os mais poderosos até os mais humildes. Todos têm direitos e deveres. Os que se candidatam a cargos públicos assumem o dever de trabalhar pela comunidade e os demais, que participaram do processo eleitoral, levam consigo o direito de fiscalizar o que fazem seus representantes nos respectivos cargos. No dia em que o eleitor deixar de esquecer o nome do candidato em quem votou e passar a prestar atenção à atuação dos eleitos, serão mais difíceis o descumprimento de promessas e o surgimento de escândalos de corrupção e malversação do dinheiro público. “O preço da liberdade é a eterna vigilância”, frase atribuída a Thomas Jefferson, terceiro presidente americano, que já serviu para muitos momentos ao longo da historia e ao redor do mundo, e pode conter a equação da relação entre o povo brasileiro e seus políticos da atualidade. Torcemos para que todos os eleitos deste outubro sejam capazes de cumprir todas as promessas feitas ao eleitor e comportem-se com honestidade no trato da coisa pública. Apenas isso já nos garantirá um Brasil melhor do que o atual. Mas o povo não pode recolher-se à comodidade e pensar que a equação de nossa sociedade é responsabilidade exclusiva dos políticos. Eles têm o dever de trabalhar e nós (povo) temos o direito de fiscalizar. Jornais, rádios, TVs e jornais eletrônicos poderão atuar como o grande instrumento dos legítimos anseios do povo e da reputação da classe política brasileira. Suas páginas e edições, como formadoras de opinião, têm tudo para constituir o espaço onde eleitos e povo se encontrem e resolvam suas diferenças. Quando isso acontecer, marcharemos para a verdadeira e sonhada sociedade... Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).
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