As últimas décadas foram dedicadas, pelas empresas mundo afora, na busca pela excelência operacional. O corte de custos, o downsizing, os sistemas de gestão consagrados como o Seis Sigma ou os programas e metas de eficiência não estão bastando para destacar-se da concorrência e conquistar mais clientes ou encantar consumidores. Para um dos maiores especialistas em inovação - o professor, consultor, escritor e palestrante internacional Rowan Gibson - não existe plano B: é inovar ou inovar. “O combustível de todo tipo de crescimento hoje no mundo corporativo é a inovação. Sem ela, não há crescimento sustentável a longo prazo”, afirma o professor. O caso da fabricante americana de softwares, computadores e gadgets eletrônicos Apple é exemplar. Em 1997, quando seu fundador, Steve Jobs, voltou à empresa depois de um longo período de afastamento, ela estava cheia de problemas, desacreditada pelo mercado - sua imagem era de uma companhia praticamente falida. Desde que Jobs reassumiu o controle, portanto em apenas 12 anos, o valor de mercado da Apple cresceu tanto que hoje é nada menos que três vezes o da Nokia - US$ 35 bilhões. As ações da Apple valorizaram 2.300% em uma década. De onde veio todo esse crescimento? Não foi tentando desenvolver o laptop mais barato do mundo, investindo em programas de eficiência ou fazendo downsizing e perdendo talentos que Jobs conseguiu essa proeza. Não havia nada de errado com a eficiência da Apple, ao contrário. Seus produtos são desenvolvidos na Califórnia, porém montados na China, como vários outros eletrônicos. Mas não é esse o diferencial da Apple. Então, como Jobs fez isso? Não foi com certeza ficando sentado em uma cadeira no escritório na sede da empresa. Foi inovando, revolucionando o mundo dos computadores pessoais com o iMac, revolucionando o mundo da música com o lançamento do iPod e do iTunes e o mundo dos telefones celulares e smartphones com o iPhone e a Apple Store. São produtos mais caros que os concorrentes, mas que não deixaram de vender nem durante a crise. Isso é inovação. A visão do professor Gibson sobre inovação envereda para um sistema de engrenagens que envolve quatro engrenagens interligadas: liderança e estrutura; ferramentas e processos; pessoas e padrões; cultura e valores. Uma leva à outra, que leva à outra - de modo que a última é consequência das três primeiras. Case da GE - Imagination Breakthroug Neste artigo pretendo abordar a primeira engrenagem que é a liderança. O presidente da General Electric (GE) nos últimos dez anos, Jeff Imelt, tem declarado que a única resposta para as empresas hoje é inovação. A GE tentou de tudo - Seis Sigmas, fusões e aquisições, corte de custos, todas as estratégias consagradas de administração de empresa em seus mais de cem anos. Mas Imelt diz agora que esta é uma nova era, e só a inovação pode nos dar todas as respostas. E ele parece estar correto. Afinal, a GE vem aumentando seu valor em US$ 15 bilhões todos os anos. Este é simplesmente o valor de mercado da Nike - que a empresa demorou 40 anos para acumular. A GE conseguiu essa proeza muito mais rapidamente usando o motor da inovação. Uma das maneiras que Imelt encontrou foi incentivar cada líder de cada área da empresa a apresentar todos os anos pelo menos três ideias revolucionárias. É o que, na GE, foi batizado como Imagination Breakthroug (o mesmo que imaginação revolucionária, em inglês). Criar uma capacidade autossustentável de inovação “a toda hora, em todo lugar” é, basicamente, um desafio de liderança. Desafiar o status quo exige grande comprometimento e sacrifício, mas os sentimentos positivos decorrentes do progresso geram um impulso que o capacita a dominar a tempestade. É esse tipo de atitude que os líderes devem incentivar em seus liderados, quando desafiam o processo de melhorar, crescer e inovar. Nota do Editor: Wilson Mileris (www.mileris.com.br) é autodidata e pesquisador do comportamento humano, adquiriu seus conhecimentos através de estudos constantes. Aplica suas teorias em consultorias vivenciadas em várias empresas multinacionais e nacionais. Converte essas teorias em métodos de educação continuada e reaplica nas novas consultorias. Como palestrante profissional, é percebido pelos participantes como um comunicador direto, consistente, bem humorado, criativo e emocionante. Extrai da vida prática tudo aquilo que diz, falando a linguagem que todos entendem. Atua há mais de 30 anos como conferencista, treinador e consultor de recursos humanos. Autor do livro "O Click do Êxito", editado pela Ediouro e co-autor dos livros "Gigantes da Motivação" e "Gigantes da Liderança". Mais de 1.000 empresas, isto é, mais de 400.000 pessoas de todos os segmentos já participaram e se beneficiaram da metodologia da Mileris. Criador de vários métodos de treinamento e educação de executivos, com ênfase nas áreas de Liderança, Motivação, Comunicação e Negociação.
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