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02/11/2012 - 08h00
A ascensão e queda do Alcapone caiçara - 2
Júlio César Leite e Prates
 
Dia das Bruxas

O Alcapone caiçara era um ser estranho, de fala enrolada, só pensava em si próprio. Era bastante conhecido na pequena e bela cidade de Chicago do Atlântico Sul. Antes de ser condenado dava mergulhos profundos em rios, parlamentos, açudes, repartições públicas e no mar. Chegou a ir pra França. Fazia seus ninhos em construtoras e condomínios edilícios. Nas terças-feiras dava mergulhos noturnos e rápidos, porém certeiros, lá pelas bandas da baía da arca da Hans Staden. Tudo isso, em busca de alimento, abrigo, conforto e sustento para si e seus agregados. Muito esperto. (Pelo menos se achava.) A águia, ave também astuta e destemida é o símbolo da liberdade e prosperidade norte-americana. Já o seu colega do sul ia na contramão disso, pois simbolizava tudo o que havia de mais nefasto naquele continente. Buscava o poder a qualquer custo, principalmente na hora da caça aos votos. Com as suas glândulas uropigiais, as quais liberavam substâncias que deixavam suas “penas” impermeáveis à água e à justiça, apresentava vantagem em relação a seus pares. Não temia nada. Costumava avoar em praias grandes, por cima dos edifícios de “quatro andares”. Para ele, alguns de seus semelhantes eram confundidos com patos e marrecos, equivocadamente é claro, pois são espécies diferentes em muitos aspectos, não em todos. Alcapone era nocivo à sociedade, por isso, Deus, após plebiscito e colher mais de um milhão de assinaturas, usou de suas prerrogativas e imunidades para fazer sessão extraordinária (e não ganhou nada a mais para isso). Nessa sessão Deus alterou a Lei Complementar nº 64/90 e, com isso, autorizou os “homens de preto” a cassarem sujeitos da mesma espécie de Alcapone. Por conta disso Alcapone não poderá mais mergulhar nas águas profundas e rentáveis da baía da arca da Hans Staden e nas demais espalhadas pelo continente. Seus agregados, apavorados com tal notícia, não falavam em outra coisa e clamavam a todo instante: “E agora, o que será de nós? Como ficarão as nossas gratificações? E o concurso no qual fomos aprovados, será que os homens de preto irão anulá-lo...?” Incomodado com o disse me disse Acalpone foi até o quintal da casa da mãe Joana, ou melhor, da Dona Maria Alves, para falar com alguns de seus agregados e lhes disse: “Acalmem-se, essa não é a primeira vez. Já escapei de várias, até mais graves. Lembram-se disso...? Não será desta vez. Deus está no controle. Além disso, até 31.12.2012 dá tempo pra eu fazer muitas coisas em prol da Colitividade e, se sobrar um tempinho, faço alguma procês também.” Dito isto, e depois de cumprir o seu “protocolo”, Alcapone teve uma repentina queda de pressão arterial, ficou pálido. Vendo aquela situação um de seus agregados gritou: “Suba as escadas e vá rapidamente pra SAU (Serviço de Atendimento de Urgência), procure uma enfermeira com apelido de paquita e tome um Sapop. Esse remédio é tiro e queda. Você irá melhorar na hora.” Astuto, Alcapone seguiu tais indicações e teve uma melhora tão rápida quanto a sua queda de pressão. Vendo a sua melhora perguntaram-lhe: “Isso é coisa de saci ou de bruxa, afinal, hoje é o dia deles.” De imediato Alcapone respondeu: “Saci uma ova. Está amarrado, em nome de Jesus.” Encafifado com o comentário tecido Alcapone pensou consigo mesmo: “Por falar em bruxa irei falar com o apóstolo, quem sabe ele não faz um culto, me dá um banho de descarrego e me liberta dessa ziquizira.” Depois disso, Alcapone deixou a casa da Dona Maria Alves distribuindo sorrisos amarelos e tampinhas nas costas das pessoas que ali estavam e partiu rumo ao seu covil como se nada tivesse acontecido. Aviso: esta é uma história de ficção. Qualquer semelhança com fatos da vida real é mera coincidência.

Júlio César Leite e Prates
juliopratesadv@terra.com.br

[Clique aqui para acessar a listagem dos textos (já publicados) da série A ascensão e queda do Alcapone caiçara.]

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