20/08/2025  01h38
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
E-mails à redação
05/11/2012 - 08h00
A ascensão e queda do Alcapone caiçara - 4
Júlio César Leite e Prates
 
No Prechecão

Indignado com o NÃO recebido de várias pessoas Alcapone decidiu ir à capital nacional em busca de ajuda e comentou tal estratégia com o Doutô: “Coruja, vou a capital ver se alguém de lá pode me ajudar. O que acha?” Respondeu Coruja: “Ótima ideia chefinho. Leve-me também! Sempre tive vontade de conhecer o Prechecão.” Assustado, disse Acalpone: “Prechecão?! O que é isso. Um prostíbulo?” Coruja então lhe respondeu: “Não, chefinho, Prechecão é apenas um tribunal, órgão maior do Judiciário do nosso país.” Novamente encafifado Alcapone perguntou: “Por que Prechecão?” Coruja explicou: “É porque aquele tribunal só comporta grandes membros...” Chegando na capital Alcapone e Coruja apanharam um táxi e foram direto ao Prechecão ver se conseguiam falar com alguns dos ministros, e quem sabe, acharem uma solução para o caso. Ao chegarem no tribunal foram cientificados de que seriam recebidos apenas pelo ministro Batman, juiz sério, indeclinável com políticos corruptos, tiranos e ímprobos, que lhes disse: “Bom dia, senhores, o que lhes trazem ao meu gabinete?” Com voz trêmula respondeu o Doutô Coruja: “Sabe o que é, senhor ministro, o meu amigo aqui é paralamentar lá na cidade de Chicago do Atlântico Sul, e após ser reeleito foi condenado. Coisinha boba, nada de milhões de R$.” Indignado e em voz alta esbravejou Batman: “Escutem bem, pois irei falar apenas uma vez. Se não quiseram sair daqui algemados deem meia volta e façam de conta que esta conversa nunca existiu. Caso insistam no assunto mandarei lhes prender.” Cabisbaixos saíram os dois rumo à portaria quando deram de encontro com outro ministro, o Coringa, que joga dos dois lados, e perguntaram: “Bom dia, ministro, o senhor poderia nos receber em seu gabinete?” Coringa responde: “Mas é claro que sim, vamos entrar, em que posso lhes ser útil?” Dentro do gabinete Alcapone sussurrou ao Coruja: “Deixa que eu falo.” Alcapone então disse ao ministro: “Excelência, sou paralamentar na pequena e bela cidade de Chicago do Atlântico Sul, após ser reeleito fui condenado, o senhor pode me ajudar?” Coringa respondeu o seguinte: “Senhores, estou muito atarefado tentando achar uma brecha na lei para livrar outros políticos de uma condenação na qual o meu colega do gabinete ao lado, o Batman, insiste em dizer que eles são culpados. Faça o seguinte, ponha a sua reivindicação no papel e envie-me por carta. Assim que eu recebê-la darei resposta.” Esperançosos, Alcapone e Coruja retornaram a cidadezinha. No dia seguinte Alcapone pegou algumas folhas de papel, caneta e começou a redigir a missiva que continha o seguinte texto: “Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Coringa, bom dia. Sempre fui um bom menino. Na infância obedici meus pais. Sou de origem humilde, vim debaixo assim como senhor. Vou a igreja todos os domingos. Não estudei, mas me dei bem na vida. Tudo bem que cometi alguns pecados capitai$ e deslizes, mas errar é humano. Concorda...? Aliás, isso está na Bíblia. Ah, perdoar também está lá. Sempre ajudei o próximo, principalmente meus parentes. Por conta de minhas leis a construção civil na minha cidade vai de vento em popa. Ajudei pessoas a conseguirem empregos. Como Vossa Excelência está vendo o abortamento do meu mandato só traria o caos e o retrocesso à minha urbe. Agora, depois de reeleito, fui injustiçado e condenado por coisa pouca. Não tive a intenção de lucrar com aquele ato. Mas o senhor sabe, em nosso país todo mundo tem que fazer um favorzinho aqui, outro acolá, senão a coisa pública não anda. Por favor, ajude-me. Atenciosamente, Alcapone.” A carta foi enviada ao gabinete do ministro Coringa que ao recebê-la pediu que o seu assistente a lê-se em voz alta. Isto feito disse o ministro a seu assessor: “Vamos redigir a resposta. ’Senhor Alcapone: o caso do senhor não pode ser analisado por mim, sob pena de supressão de instância. Além disso, acho que o senhor errou no endereçamento da carta, pois a mesma deveria ter sido entregue ao Papai Noel e não a mim. Atenciosamente, Ministro Coringa.’Aviso: esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com fatos da vida real é mera coincidência.

Júlio César Leite e Prates
juliopratesadv@terra.com.br

[Clique aqui para acessar a listagem dos textos (já publicados) da série A ascensão e queda do Alcapone caiçara.]

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "E-MAILS À REDAÇÃO"Índice das publicações sobre "E-MAILS À REDAÇÃO"
13/04/2019 - 07h39 9ª Mostra Maré Cheia de Cinema
10/02/2019 - 07h25 Resposta ao ministro
12/04/2018 - 05h46 Desabafo de uma munícipe de Ubatuba
12/01/2018 - 06h50 Desabafo de um ambulante de Ubatuba
01/11/2017 - 07h31 Descaso estatal com Ubatuba
28/10/2017 - 08h45 A falta de `lei do silêncio´ em Ubatuba
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.