Atualmente, pelo que ouço diariamente nos corredores da escola, a relação de pais e filhos tem sido comprometida pela aceitação da normalidade por parte de alguns “protetores do lar”. Tal omissão impulsiona-me a pensar: Estariam cansados de sua função? Por isso concedem liberdade excessiva aos filhos? Seria esse o remédio para tratar o desvio de comportamento de alguns jovens? A liberdade prepara-os para adaptar-se nesta sociedade “desmoralizada”? Estas indagações merecem atenção por parte dos especialistas. No entanto, peço desculpas aos meus colegas e transitarei minha análise sobre essas questões neste território invulgar. Pois bem, é de conhecimento de todos que a relação entre duas pessoas, independe do laço familiar, é completamente complexa. Mas, tal complexidade tende a ser resolvida imediatamente pelo encarregado de prover o lar que conhece, ou pelo menos deveria conhecer como ninguém sua prole. Este, segundo minha curta visão, não pode negligenciar e tampouco desistir de sua atribuição que é nortear com afinco a estrada do (a/s) seu (sua/s) herdeiro (a/s). Contudo, estamos presenciando, entre algumas famílias, uma inversão de valores quanto à aplicabilidade do “poder”. O pai, por incrível que pareça, sendo vítima constante de um filho que não corresponde ao carinho e à bondade com que é tratado. Para este, a vida reserva uma oportunidade de rever seus conceitos. Tendo como campo de pesquisa a escola, é perceptível notar determinado distúrbio no que tange o comportar e o tratar de alguns alunos para com os seus professores. Eles culpam os mestres, mediante as certas posturas, pela vida que têm. Todavia, é preciso entender até que ponto estes filhos têm sido orientados pelos seus pais. Até porque, muitos estão “saturados” de vê-los por perto. Sentem vergonha dos próprios filhos. Preferem maltratá-los, repudiá-los, abandoná-los a educá-los, orientá-los, prendê-los. No entanto, defronto no quotidiano com outro grupo formado por pais comprometidos com os seus filhos. Os pais comprometidos fazem valer o ofício que o bom mestre o “emprestou” de educar com maestria os filhos. Sem expor limites. Uma vez que, os bons mestres hoje, foram bons aprendizes. Por isso, exigir dos filhos é fácil. Devo lembrá-los: A excelência dos filhos são os seus pais. Tento tapar meus olhos, mas minha visão é aguçada. Fundamentados nesta crítica construtiva, surgem algumas questões essenciais para o entendimento de todos os leitores: Como tornar-se um pai hábil? Como não ser omisso em minhas funções? Como dosar a participação do filho em alguns juízos da família? De modo aparente, tais indagações são fáceis de resolver, mas exige uma entrega e uma harmonia completa de todos que estão envolvidos na educação do filho. Por isso, segundo minha experiência profissional, para solucionar tais problemáticas, os pais tendem fazer uso de uma simples instrumentalidade que, para os modernos, caiu em desuso - O DIÁLOGO. Tal objeto, sendo empregado, possivelmente bloquearia qualquer inserção por parte dos estranhos na educação dos filhos. Em suma, quem ama educa! Nota do Editor: Leandro da Silva, professor de História pela Universidade Gama Filho / Piedade - Rio de Janeiro. E-mail: prof.leandrosilva23@yahoo.com.br.
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