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09/11/2012 - 08h00
A ascensão e queda do Alcapone caiçara - Final
Júlio César Leite e Prates
 
A cura

Alcapone já estava descrente de tudo e com todos, pois a ponto de perder o seu mandato não queria mais saber de culto de descarrego, doutô Coruja, pai de santo, advogado especialista e/ou de seus colegas de “paralamento”. Poucos, inclusive seus eleitores dos mais fieis acreditavam em sua absolvição. Ele estava em depressão total. Não mais comia, bebia nem dormia direito. Também eram raras as vezes que se apropriava indevidamente do erário. Sua família, temendo pelo pior ou até em suicídio, decidiu inscrevê-lo num programa de reabilitação denominado P. C. C. (Políticos Corruptos e/ou Cassados). O programa era mantido pelo Poder Executivo, com duração de três meses e era ministrado no pavilhão 1, ala oeste, da Escola Toninho Malvadeza. Na mesma turma de Alcapone também estavam inscritos: Severino, Estevão, Jefferson, Dirceu, Arruda, Peixoto e Praxedes. O grupo tinha como orientadores: Collorido de Mello, Prof. Vigneron e o mestre Barbalho. A terapia era bem dinâmica e consistia na elaboração de projetos voltados para a sociedade, como: educação, saúde, segurança, cultura, esporte, lazer, meio ambiente, transporte, agricultura, habitação, reforma agrária, previdência social e reforma tributária. O programa também tinha em seu conteúdo visitação a obras assistenciais, escolas, hospitais e aos bairros mais afastados da cidade de Chicago do Atlântico Sul. Para ser aprovado o político tinha que obter nota igual ou superior a 7 pontos, em cada um dos quesitos, e no final, passar pelo crivo da banca examinadora composta por pessoas da sociedade em geral, que por meio do voto direto e secreto dariam o aval final sobre a reabilitação ou não do candidato. Se aprovado, o político teria de volta a sua elegibilidade. Semanas se passaram e começaram as desistências. O primeiro a jogar a toalha foi Severino, que antes de ir embora falou: “Olhe seu menino. Essa vida de político honesto não dá pra mim não. Vou cuidar dos meus restaurantes que eu ganho é ’muintio’ mais. Tchau e bença.” Estevão, também não aguentou o tranco e abandonou o programa com o seguinte discurso: “Política pra quê? Tenho um time de futebol, lojas de pneus e empresas de telecomunicações que dão tanto dinheiro quanto. Fui!” Jefferson, Dirceu e Arruda aproveitaram o embalo e abandonaram o curso dizendo que só falariam na presença de seus advogados. Peixoto falou: “Não deveria estar aqui. Fui perseguido por invejosos e pela imprensa marrom. Sou inocente, pois isso, também estou de partida...” Praxedes justificou a sua saída pelo motivo de que a sua empresa de mototaxi e a outra de “firmes” precisavam urgentemente de sua presença sob pena de decretarem falência. Restou apenas Alcapone, que cumpriu todas as tarefas e passou à fase final do programa. Ao chegar no auditório para ser avaliado pela banca examinadora Alcapone ficou surpreso com o número de pessoas ali presentes. Estavam lá toda a sua família, o Coruja, alguns comi$$ionados e a imprensa de vários países. Aquele momento, inédito, se tornaria mais um dia histórico para a pequena e bela Chicago do Atlântico Sul, que seria a primeira e única cidade do continente, quiçá, do mundo, a conseguir recuperar um político corrupto e ímprobo. Alcapone, antes de passar pelo crivo da banca, bastante emocionado, agradeceu aos presentes, em especial a sua família e orientadores. Isto feito começou a apresentar seus projetos, quando de repente, “Bum...” Teve um mal súbito e caiu. Levado às pressas para o hospital, exames foram feitos para que fosse diagnosticado a causa do desmaio. Ficou desacordado e em observação por algumas horas. Ao acordar, ainda no hospital, cheio de fios e sensores presos ao corpo, o cardiologista, em tom de preocupação disse a Alcapone: “O seu caso é muito grave. Terei que fazer três pontes de safena.” Alcapone, com os olhos cheios de lágrimas e sem titubear falou ao cirurgião: “Oba!!! Pode deixar então, doutor, que a empreiteira eu arrumo.” Piiiiiiiiiiiiiiih. Fim...!!! Aviso: esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com fatos da vida real é mera coincidência.

Júlio César Leite e Prates
juliopratesadv@terra.com.br

[Clique aqui para acessar a listagem dos textos (já publicados) da série A ascensão e queda do Alcapone caiçara.]

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