20/08/2025  01h40
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Opinião
22/11/2012 - 07h04
Da desonra ao mérito
Dartagnan da Silva Zanela
 

Um dos mantras que os sabichões da educação, com ou sem pose de guru, adoram repetir é a tal da educação democrática. Se gasta laudas e laudas para versar sobre essa nulidade que tanto ocupa o vácuo dessas alminhas. Laudas essas floreadas com aquele palavrório “cientificamente” empavonado que, no fundo, diz nada com coisa nenhuma.

Mas, vamos ao ponto: não existe democracia sem elite. Sim, sei que para as igrejinhas do Butantã essa afirmação soa sacrílega, fazer o que? Uma elite é apenas um grupo de pessoas que se destaca em algo e isso é um dos elementos estruturantes da realidade, gostemos ou não.

Sim, devemos questionar os critérios que são utilizados para formar uma elite, mas não a existência duma. Uma elite formada por critério familiar, censitário, corporativista, ideológico ou racial é reprovável, mesmo que seja a regra duma sociedade. Doravante, temos outros, como o mérito e o talento que deveriam ser a base para formar uma elite.

Os mais talentosos deveriam formar um verdadeiro corpo aristocrático e a eles ser entregue os mais elevados postos, comendas e responsabilidades, pois, como nos lembra o saudoso Wilson Martins, a democracia funda-se ao mesmo tempo no princípio da igualdade de oportunidade e no estímulo das diferenças por mérito, únicas legítimas do ponto de vista individual e bem como social.

Todavia, o que temos em nosso sistema educacional com seu pedagogesco democratismo é o contrário disso. Temos um simulacro de igualdade de oportunidade através dum Ensino (Fundamental e Médio) capenga com atestado de inépcia assinado pelo MEC por meio de sua política de cotas (um arremedo de [in]justiça social) num misto com o desestímulo a meritocracia através da nada velada política de não reprovação, digo, de reconhecimento do esforço (inexistente) de muitos alunos.

Desde os idos de Anísio Teixeira, nossa educação, toda ela, é uma ficção feita por meio de decretos e portarias. Ainda hoje, para ser boa, no entendimento dos sabichões, ela deve ser cheia de formulários a serem preenchidos e que isso, em seu imaginário doentio, garantiria que todos teriam acesso a uma educação formal de qualidade. Tudo muito bonitinho, no papel, mas ordinário, em sua execução.

Por isso, penso que devemos, urgentemente, lembrar, e não esquecer, três dados ululantes da natureza humana: (i) todos os seres humanos são diferentes quanto as suas potencialidades e talentos, (ii) a maioria absoluta dos indivíduos tende sempre a seguir a lei do menor esforço e (iii) sempre os medíocres irão invejar (por isso desdenham) os talentosos.

Imaginar que se pode educar alguém ignorando esses dados, ou é um claro sinal de demência, ou uma evidência inconteste de que os medíocres estão ditando as regras para a derrocada da democracia e da educação.


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "OPINIÃO"Índice das publicações sobre "OPINIÃO"
31/12/2022 - 07h25 Pacificação nacional, o objetivo maior
30/12/2022 - 05h39 A destruição das nações
29/12/2022 - 06h35 A salvação pela mão grande do Estado?
28/12/2022 - 06h41 A guinada na privatização do Porto de Santos
27/12/2022 - 07h38 Tecnologia e o sequestro do livre arbítrio humano
26/12/2022 - 07h46 Tudo passa, mas a Nação continua, sempre...
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.