Temos dificuldade em avaliar de quem é o mérito em muitas situações de sucesso que vemos atualmente. Mas, hoje, quero questionar uma situação que vivemos todos os anos nesta época do ano. Saem os resultados das universidades, dos vestibulares e dos primeiros lugares nos cursos, e é atribuído um grande mérito ao Ensino Médio e ao cursinho deste calouro. Impressionante que não se vê, não se fala e não se escreve onde este calouro bem colocado nas principais universidades fez a sua escola de Fundamental I e II. Essa sim deveria ser a escola a ganhar destaque nestas propagandas tão corriqueiras nesta época do ano, afinal, se ele é o calouro número um, foi no Fundamental I e II que aprendeu a ler, escrever com qualidade, contar e interpretar com discernimento. É provado que no Ensino Médio não se aprende ortografia. Aprender a escrever corretamente ocorre na base do Fundamental I, com uma excelente alfabetizadora. Portanto é sim no Fundamental I e II que aprovamos para o vestibular. Acredito verdadeiramente que a escola de Fundamental I e II é a base da aprovação dos alunos no vestibular e deveria ser valorizada pela escola de Ensino Médio como a sua estrutura. É esta escola que desenvolve no aluno o prazer pelo estudo. Quando se conhece a Lei do Futebol, em que o jogador deve respeitar para sempre o seu time de categoria de base, pois foi ele que o ensinou a jogar com qualidade, penso que na educação deveria ocorrer o mesmo, a sociedade deveria valorizar o Ensino Fundamental e não somente o cursinho. O cursinho não ensina a criatividade na escrita, a reação e ação, o sonho, isso verdadeiramente se aprende no Fundamental I e II. O processo pedagógico e o conhecimento são feitos da mesma maneira que se constrói uma casa, das estacas enfiadas na terra que não são vistas até a cobertura da mesma por um telhado espelhado ou colorido. Devemos pensar nisso. Qual estaca estamos colocando para que o calouro consiga o primeiro lugar? Com certeza a qualidade do Fundamental dado a ele, em sua tenra idade, é decisiva neste momento. Nota do Editor: Esther Cristina Pereira - diretora da Escola Atuação de Curitiba (PR).
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