Nos últimos dias foi inaugurado na região do ABC, um projeto denominado Aquapolo Ambiental que nasceu de uma parceria da Sabesp com a Foz do Brasil.

Com base nas matérias que foram publicadas em importantes veículos de comunicação, sobre o assunto eu cheguei a conclusão de que seu objetivo é abastecer as indústrias com água de reuso, contribuindo assim, com o desenvolvimento sustentável, que é aquele em que as nossas necessidades do presente acabam sendo plenamente satisfeitas sem que comprometamos a qualidade de vida tanto das presentes quanto das futuras gerações.

Tendo em vista que água de reuso é o produto acabado proveniente de um processo de tratamento de esgoto, posso afirmar que usá-la nos diferentes processos de produção de bens de consumo necessários em nossas vidas é um excelente negócio, pois através de tal ação tanto o meio ambiente quanto os cofres das corporações que a adota acabam sendo beneficiados.

O meio ambiente acaba sendo beneficiando porque ao utilizarmos água de reuso diminuímos o consumo de água potável que é um produto cada vez mais escasso em nossa sociedade. E com isso as indústrias acabam sendo beneficiadas sob o ponto de vista financeiro também, pois ao diminuir o consumo de água potável, se diminui também os custos que tal consumo nos acarreta mensalmente.

Embora a água de reuso também tenha um certo custo, ele é substancialmente mais baixo que o da água potável.

Outra opção muito interessante tanto para beneficiar o meio ambiente quanto os cofres de uma indústria é tratar os efluentes oriundos de seus processos para realimentá-los ao invés de descartá-los como muitas acabam fazendo.

Somente com o intuito de exemplificar o que eu estou dizendo, gostaria de ressaltar que meus alunos do curso superior de tecnologia em automação industrial da Faculdade Anchieta (Anhanguera Educacional) desenvolveram alguns projetos através dos quais é fácil perceber que embora algumas cifras tenham ser gastas para que o efluente tratado seja bombeado para início do processo, contribuindo assim, com o meio ambiente, o pay back (prazo de retorno) de tal investimento acaba sendo rápido e a rentabilidade expressiva, principalmente se comparada com a rentabilidade da caderneta de poupança ou de outros produtos com baixo grau de risco oferecidos pelo mercado financeiro.

Espero que através deste artigo eu tenha sido suficientemente convincente ao ponto de fazer com que vocês se convençam de projetos com foco em sustentabilidade muitas vezes são tanto ambientalmente quanto economicamente viáveis.

Nota do Editor: Adalberto Mohai Szabó Júnior é professor de Gestão Ambiental da Faculdade Anhanguera Anchieta, autor do Guia Prático de Planejamento e Gestão Ambiental, publicado em 2009 pela Editora Rideel, licenciado em Ciências com habilitação plena em Química, bacharel em Química com atribuições tecnológicas, especialista em Gestão e Manejo Ambiental e mestre em Educação.