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Opinião
19/02/2005 - 11h16
Bastidores do Carnaval
Ricardo Guimarães
 

Varrição, socorro médico e segurança particular foram deixados de lado pelos repórteres, nos dias de folia, para dar lugar ao festival da bunda e do axé.

Sim, a turma que sempre gosta de criticar o poder público nas folias de Momo não acordou cedo. A bebedeira impediu o cidadão de assistir um espetáculo protagonizado por funcionários encarregados de limpar as ruas e transportar o lixo deixado pelos comerciantes e foliões. Impediu também que ele contabilizasse os socorros médicos e o vaivém das ambulâncias. Os seguranças particulares contratados pela municipalidade foram confundidos com duplas sertanejas e hostilizados, quando a sua única função foi ajudar a organizar o trânsito e os desfiles de luzes, cores, brilhos, gestos, trejeitos, ritmos, olhares, coreografias.

Quem brilhou no Carnaval, mais uma vez, foi a cobertura midiática. Como no futebol, o repórter parecia um torcedor que toma partido, vibra, grita e tenta empurrar as escolas e multiplicar os decibéis das baterias. Enquanto os profissionais da comunicação mostravam o samba nas ruas e avenidas, algumas dezenas de catadores recolhiam latinhas. No intervalo entre uma e outra escola de samba a turma da limpeza varria a passarela.

A reciclagem é quase tão lucrativa quanto o aluguel dos banheiros nos estabelecimentos comerciais. Nas cidades históricas mineiras - e Mariana não constitui uma exceção - bares, restaurantes e lanchonetes improvisadas socorreram os foliões mais comportados por míseros R$ 0,30 a R$ 0,50, quantia que se multiplicada por alguns milhares de visitantes, fez a festa do vaso na era fetichista do anal-liberalismo. Pelo menos durante o Carnaval, o brasileiro não tem vergonha de limpar banheiro na frente dos conterrâneos. Quem não fez questão de privacidade urinou em público mesmo. Chafarizes, muros, calçadas, igrejas e prédios públicos não foram poupados.

Os radialistas, em campo, queriam saber a expectativa das pessoas para o dia seguinte. É o Carnaval-transcendental ou carnaval-cigano, em que o folião tenta adivinhar como será o movimento e a animação do dia seguinte. Se um incidente de menor importância envolveu testemunha, o culpado certamente foi o prefeito. Erro de avaliação. O município prestou socorro médico a todo e qualquer cidadão que cometeu excessos durante o carnaval. Afinal, quem trabalha na área de saúde não pode brincar no carnaval, muito menos com a vida dos outros.

A surpresa agradável ficou por conta das antigas marchinhas de carnaval, que contagiaram até os mais jovens. Incrível foi a hospitalidade mineira. Durante o dia e até certas horas da noite a garotada se divertiu, beijou e deu uns amassos, mas acabou voltando só para o dormitório, onde um colchão de solteiro foi dividido por dois rapazes e raramente por um casal.

Adolescentes não dispensam estereótipos. Não se preocupam com o que consomem. Bebida barata, comida barata, transporte barato, hospedagem barata. Adolescente é o maior barato!!!


Nota do Editor: Ricardo Guimarães é jornalista e webmaster.

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