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Opinião
19/02/2005 - 09h00
Uma outra mídia é possível
Renato Gianuca
 

Uma reflexão sobre as questões estratégicas da comunicação de massa, buscando objetivos realistas e mais nítidos. Esta foi a questão central do 1° Fórum Mundial sobre Informação e Comunicação, realizado dia 25 de janeiro, dentro da programação paralela do 5° Fórum Social Mundial de 2005, em Porto Alegre (RS).

Dentro da proposta mais ampla de "um outro mundo é possível", o 1° Fórum Mundial da Comunicação buscou os melhores atalhos possíveis para concretizar o objetivo: uma outra mídia é possível. Uma mídia que trate a informação como um direito básico dos cidadãos do mundo, em vez de ser manipulada como uma simples mercadoria.

O 1° Fórum Mundial da Mídia foi dividido em três painéis, com a moderação de Mario Lubetkin, diretor geral da agência de notícias IPS; Sam O´Siochru, do Nexus Research; e Roberto Sávio, secretário geral do MWG (Media Watch Global, e presidente emérito da IPS. Na mesa, personalidades do jornalismo mundial, como Ignacio Ramonet (Le Monde Diplomatique e presidente do MWG), o acadêmico Armand Mattelard, e o deputado italiano Giulietto Chiesa (Parlamento Europeu), entre outros.

Em sua intervenção, o diretor geral da IPS declarou que "há um vazio lamentável na informação externa do Fórum Social Mundial. Até agora, não se contou com um mecanismo ativo do processo em geral, e de suas múltiplas atividades anuais". Todos os presentes destacaram outro problema: a carência da "informação do dia seguinte", por não se compreender que o FSM é a síntese do que aconteceu durante um ano.

Para o jornalista Ignacio Ramonet, a informação se transformou em uma mercadoria, que "circula segundo as leis da oferta e da procura, debaixo da leis do espetáculo, utilizando as emoções e o dramático em vez das realidades concretas". E concluiu: "Os meios de comunicação deveriam ser a expressão de setores sociais nos países, mas são controlados por três ou quatro grandes grupos econômicos".

Justamente para combater essa dominação da mídia por uns poucos, o deputado Chiesa, também um veterano jornalista do diário La Stampa, apresentou alternativas viáveis. Como, por exemplo, formar uma aliança com importantes personalidades da literatura e do mundo do entretenimento buscando recrutá-los para a batalha contra a concentração e a manipulação da informação. Chiesa propõe a criação de pequenas estações de rádio e televisão "para mostrar que a privatização da mídia é o fim do pluralismo".

Chiesa é muito duro na avaliação da profissão de jornalista. Ele disse: "A independência dos jornalistas foi destruída. Eles recebem ordens de mentir. Os que não mentem são demitidos".

As conclusões finais do encontro foram de Roberto Sávio, que recordou que os Estados Unidos consideram "politicamente incorreto" falar sobre a liberdade de imprensa, reduzindo a questão à liberdade de propriedade. Sávio considera que a concentração da mídia, hoje em dia, está identificada com o pensamento único. Mas os temas de 30 anos atrás, sobre a nova ordem informativa mundial, permanecem atuais. Agora, "é preciso lutar para que o direito à informação seja um dos direitos humanos básicos", concluiu o secretário geral do Media Watch Global (Observatório Mundial da Mídia).

Segundo o veterano jornalista uruguaio Joaquín Costanzo, da IPS, este 1° Fórum Mundial sobre a mídia superou as expectativas: mais de 500 participantes, durante os painéis da manhã e tarde do último dia 25/01, a cargo de 18 conferencistas, com mais de 20 intervenções do público, formado por jornalistas e estudantes da comunicação de todo o mundo. Ao final, disse Costanzo, foi proposta a criação de uma comunidade virtual de jornalistas, como forma de manter a mobilização e para deixar os profissionais e demais interessados conectados para poder levar a cabo as resoluções e os objetivos. Sim, uma outra mídia é possível, foi a conclusão final. Que esta meta seja alcançada!


Nota do Editor: Renato Gianuca é jornalista.

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