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Opinião
12/01/2013 - 17h17
Competitividade brasileira
Guilherme Nastari
 

Custos logísticos da indústria sucroenergética tiveram elevação significativa ao longo 2012 em todo o Brasil, especialmente em São Paulo. Para açúcar, o frete rodoviário com destino ao Porto de Santos, principal destino para exportação, foi negociado em média a R$ 88,96/ton em setembro. É o quarto mês seguido de alta do preço do frete de açúcar, com valorização 8,2% acima do registrado em agosto. A elevação dos preços do frete de junho a setembro pode ser explicado pelo aumento gradual das exportações de açúcar ao longo dos meses, além da concorrência do transporte de açúcar com outras culturas agrícolas.

Em outubro o preço do frete de açúcar para Santos estabilizou na cifra de R$ 88,86 em média no estado paulista, resultando em aumento de 20,7% no acumulado do ano. No mês, a estabilização foi incentivada pelo aumento do fluxo de açúcar para o mercado externo pelo modal ferroviário, aliviando a demanda por rodoviário, que ainda é dominante na matriz de transportes brasileira.

O frete de caminhões que transportam etanol no estado de São Paulo em setembro registrou aumento de 10,7% em média, se comparado ao mês anterior. Outubro freou a tendência de alta, com redução de 2,0%, sendo negociado a R$ 90,72/m³, ponderado pelas microrregiões canavieiras. A mudança no cenário pode ser explicada pelo fato que grandes produtores de etanol estão estocando o biocombustível para comercialização no período entressafra, especialmente dezembro e janeiro, a fim de obter preços maiores. O preço médio do frete rodoviário de etanol com destino à distribuidora de Paulínia também apresentou redução, com índices apontando menos 5,1% comparado a setembro. O aumento do frete de etanol acumulado no ano para o estado de São Paulo chega a 24,5%.

A expressiva valorização no custo do transporte rodoviário ao longo do ano foi certamente influenciada pela lei trabalhista 12.619/2012, que entrou em vigor em setembro e estabeleceu novas regras para a jornada de trabalho dos motoristas de caminhão. Entre as principais medidas, a lei limitou a jornada diária dos caminhoneiros ao exigir descanso diário de no mínimo 11 horas para cargas acima de 4,5 toneladas, comprometendo rendimento nas estradas. Considerando que o transporte de açúcar e etanol aos principais portos é feito, em grande parte, por rodovias, há poucas alternativas imediatas para mitigar os custos adicionais gerados pelas novas regras. Como reação à lei, o setor de logística foi levado a reajustar em alguns casos em mais de 30% o valor do frete, a depender da região e da distância da rota. Além do aumento do frete, a introdução da lei trabalhista que regulamenta a profissão dos motoristas exigirá da indústria investimentos na aquisição de novos veículos aliada, à contratação de mais funcionários para atender a demanda por transporte.

A elevação do preço do frete rodoviário também é reflexo dos reajustes no preço do diesel na bomba. O Governo Federal autorizou dois acréscimos no valor do produto na refinaria: o primeiro, em junho, foi de 3,94%; e o segundo, de 6%, em julho. Como medida para atenuar o impacto destes aumentos na inflação e também ao consumidor, o primeiro aumento foi acompanhado de redução a zero na cobrança do CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). Ainda assim, os reajustes provocaram repasse de até 4% ao consumidor final.

O setor precisa recuperar competitividade no mercado interno e especialmente no externo, no entanto o aumento de custos do frete rodoviário, e subsequente agravamento causado pelas desvalorizações acentuadas que preços de açúcar e etanol registraram ao longo do ano tornam a situação complexa. Mais do que nunca é preciso que a indústria sucroenergética busque soluções tecnológicas e de gestão, de forma a atender as fortes demandas por açúcar e etanol do futuro.


Nota do Editor: Guilherme Nastari é mestre em agroenergia e diretor da DATAGRO.

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