José Ronaldo dos Santos |  |
Existem tipos e tipos de “sem-noção”. Num deles se compõe um parente do meu vizinho que, apesar de suas raízes caipiras, solta um barulho no seu velho automóvel Passat achando que é música. Nem parece ser da terra de Elpídio dos Santos, um dos grandes compositores paulistas da metade do século XX. A propósito, acredito que o aparelho sonoro devidamente comprado e instalado em várias prestações, vale quatro vezes mais que o velho modelo da Volkswagen, da década de 1970. O barulho é infernal; as letras são medíocres, preconceituosas etc., dignas de gente que parece pensar como o verme machadiano a se expressar em Dom Casmurro: “Catei os próprios vermes dos livros para que me dissessem o que havia nos textos roídos por eles. - Meu senhor - respondeu-me um longo verme gordo - nós não sabemos absolutamente nada dos textos que roemos, nem escolhemos o que roemos, nem amamos ou detestamos o que roemos; nós roemos”. Coitada dessa gente que assim é conduzida! Ah! Não é um mero detalhe! Entre os visitantes (turistas) desta cidade (Ubatuba) existem muitas “pérolas” assim: eles simplesmente roem! Será que não devemos nos esforçar mais pela civilidade, pelo exercício da cidadania neste ano que agora começou? José Ronaldo dos Santos ronaldo.jrszero@gmail.com
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