O termo co-dependência surgiu na área da terapia no fim da década de 70. Porém foi nos anos 40 depois da fundação do Alcoólicos Anônimos (AA) que muitas esposas de alcoólicos formaram grupos para trocar experiências pessoais, pois percebiam que eram bastante afetadas pelo alcoolismo dos maridos. Essas esposas também queriam um programa de reabilitação. Revisaram os doze passos e as doze tradições de AA e fundaram o Al-anon, grupos específicos para familiares e pessoas envolvidas afetivamente com alcoólicos, que tem o objetivo de tratar a co-dependência. Mais tarde com a fundação dos Narcóticos Anônimos (NA) foi também fundado o Nar-anon, grupo de ajuda mútua para familiares de dependentes químicos. É bastante comum ouvir alguém dizer “eu só vou ficar bem se ele(a) estiver bem”, co-dependência é exatamente isso. É a obsessão por controlar a vida de outra pessoa, é a necessidade de “cuidar” da outra pessoa, é deixar de viver a própria vida para viver a vida da outra pessoa, é ser dependente do dependente. Co-dependência é um estado psicológico e emocional adoecido onde a principal característica é viver em função da outra pessoa. Não são raros os casos onde um co-dependente (mãe, pai, esposa, marido, ou outros) boicota o tratamento de um dependente químico ou alcoólico. Uma pessoa que sofre com a co-dependência pode apresentar alguns comportamentos que para ela são normais, porém para alguém que observa de fora serão facilmente percebidos como nocivos, tais como: • Dizer sim quando na realidade quer e é necessário dizer não. • Evitar ferir os sentimentos do outro, mesmo que para isso tenha que ferir a si próprio. • Está sempre tentando ajudar, porém não aceita orientação de como ajudar corretamente. • Acredita em mentiras, depois se sente traído. • Sente-se constantemente culpado pelos erros da outra pessoa. • Permite ser manipulado depois se sente usado. Inconscientemente o co-dependente colabora com a progressão da dependência química e do alcoolismo, afinal da mesma maneira que o dependente químico “necessita” da droga e o alcoólico do álcool, o co-dependente “necessita” do indivíduo doente. Tão difícil quanto é para o dependente assumir a dependência química e buscar um tratamento, também é para o co-dependente perceber a co-dependência, buscar ajuda e permitir que o dependente ou alcoólico seja tratado. Nota do Editor: Claudionor Pelisson é Diretor Administrativo da Clínica Novo Mundo (www.clinicanovomundo.com.br).
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