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Opinião
10/02/2013 - 08h00
Educação, tecnologia e poupança
Cláudio Gonçalves dos Santos
 
Os desafios brasileiros

A economia brasileira, com pouca diversificação, ainda é fortemente dependente da exportação de commodities, especialmente de recursos minerais e do agronegócio. Agora, surge a potencial oportunidade de exploração do petróleo da camada pré-sal que, ao que tudo indica, será uma grande riqueza no futuro próximo.

A questão que se coloca é como o Brasil vai administrar esta riqueza. Como diz o economista Edmar Bacha, corremos o risco da “maldição dos recursos naturais”, na qual já caíram países como Argentina e Venezuela.

Quando surge uma riqueza súbita que não é fruto do trabalho, da qualificação da mão de obra (através da educação) ou da acumulação de capital, mas sim da descoberta de recursos minerais ou do aumento de preços das commodities agrícolas, é uma benesse. O grande perigo das benesses é a tentação de parar com o trabalho e viver de rendas, gozando a vida. No Brasil, isso não é difícil de ocorrer, basta olhar para nossa história.

Um conjunto de países asiáticos, com grande população, como China, Índia e Japão, possui boa renda e elevados índices de poupança. Neste grupo, denominado pelo ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso de "asiáticocêntrica", estão os principais compradores das commodities produzidas no Brasil.

É preciso entender que o País precisa aproveitar as oportunidades dadas pelas riquezas naturais e pelo aumento nos preços das commodities para (i) melhorar o nível de educação de sua população; (ii) aumentar a taxa de poupança interna; (iii) investir em infraestrutura e (iv) diversificar sua economia.

Uma das grandes soluções é utilizar as benesses para aumentar a taxa de poupança e investir não somente em infraestrutura, mas também na diversificação da economia e na melhoria da educação.

O Brasil tem grandes desafios para enfrentar. A qualidade da educação pública é péssima. Em seu livro “Basta de Histórias”, Andrés Oppenheimer traça um perfil da educação no Brasil e em outros países da América Latina. Andrés diz que “não foi por acaso que a Coréia do Sul passou da pobreza a uma surpreendente prosperidade nas últimas décadas. Os coreanos apostaram em cheio na educação e elevaram seu nível de vida num ritmo vertiginoso.” Enquanto isso, “os países latino-americanos se dedicaram a vender matérias-primas como petróleo e produtos agrícolas. A Coréia do Sul, assim como fariam China e Índia anos mais tarde, se dedicou a investir na educação de seu povo a fim de criar produtos cada vez mais sofisticados, e vendê-los nos maiores mercados do mundo”.

Os ingredientes para o Brasil ter um crescimento sustentável passam necessariamente por melhoria na educação, aumento no nível de poupança e investimento em tecnologia, sem o qual, corremos o risco de continuar anos a fio com crescimento econômico pífio. Países como Coréia do Sul, Finlândia e Suécia não têm dependência exclusiva de recursos naturais, mas os utilizaram bem para promover o desenvolvimento através de educação de qualidade, poupança doméstica e tecnologia.


Nota do Editor: Cláudio Gonçalves do Santos é economista e professor da Trevisan Escola de Negócios.

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