De vez em quando meu marido chega rindo, dizendo que tem gente que pensa que meu nome é Benedita. Sempre achei que fosse piada, até o dia em que passando pela portaria do condomínio recebi um bilhete endereçado a “dona Benedita” e quando ia reclamar, percebi que o conteúdo se referia à minha digníssima pessoa... Para completar, outro dia o jardineiro me chamou assim. Sem saber se ria ou se corrigia, resolvi deixar barato. Lembrei-me da minha mãe, Laura, que costumava trocar o nome das pessoas. Ela chamava o farmacêutico Bederides de “seu Bederodes”, o entregador do armazém, Isaías, de “seu Malaquias”... Acabou tendo que engolir o apelido de dona Isaura, que lhe demos porque uma empregada a chamava desse modo. Durante meses em que trabalhou em sua casa, era dona Isaura pra cá, dona Isaura pra lá, o que muito nos divertia. Se meus filhos ainda estivessem morando por aqui, certamente eu já teria virado uma “dona Ditinha”, embora preferisse Benê, mais ao gosto atual.

Mas será o Benedito?... Parece que a Benedita me persegue. Na semana passada fui buscar uns exames de praxe que fiz, densitometria óssea, mamografia etc. e voltei com uns envelopões para casa. E não é que no meio deles havia um de uma Benedita não sei dos quantos?...