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Opinião
19/02/2013 - 07h03
Sentados no barril de pólvora
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Dezenas de usinas de açúcar e etanol estão para fechar ou mudar de donos devido a dificuldades econômicas. A Petrobras está em crise financeira. A outrora próspera siderúrgica Usiminas perdeu 75% do seu valor nos últimos cinco anos. O sistema público de saúde vive intensa crise de atendimento, que também contamina os planos de saúde e leva à penúria os hospitais filantrópicos. A eletricidade dá sustos na população que, recentemente, viu os reservatórios das usinas geradoras em níveis críticos. Não menos assustada vive a população com a falência da segurança pública, traduzida nos assaltos, chacinas, execuções e ataques às instituições policiais. E, mesmo assim, a propaganda oficial aponta para um admirável e próspero país.

Os valores do patriotismo, que no passado se ensinava às crianças, nos conduzem a crer no “país do futuro”. Mas, infelizmente, o quadro que o dia-a-dia nos apresenta é sombrio. Como podem as usinas produtoras de álcool, combustível escasso na matriz energética nacional, estar em crise? O que leva uma grande siderúrgica a quedas tão expressivas como a da Usiminas? O leitor, certamente, terá muitos outros questionamentos sobre coisas que se tornaram incompreensíveis, tais como o pagamento de correção menor que a inflação à caderneta de poupança, o achatamento do salário dos aposentados que recebem mais de um salário mínimo etc. Por mais incrível que pareça, tudo isso é incômoda verdade!

A sensação que isso nos remete é a de que estamos sentados sobre o grande barril de pólvora. Embora os diferentes setores da economia sinalizem frequentemente para problemas, o governo chega a ser ufanista em sua propaganda que vende à população a idéia de um país como “nunca antes”. A produção industrial e o comércio têm sido alavancados com a desonerações fiscais e a temerária facilitação do crédito. Incentiva-se o cidadão a adquirir o carro novo, mesmo que dele não necessite e o tenha de financiar integralmente em prazos a perder de vista. Isso pode ser solução para curto prazo, mas vem se alongando perigosamente e, mesmo assim, o crescimento econômico dá sinais de estagnação. E se não der certo e a crise finalmente apresentar sua cara, o que vai acontecer a esses milhões de endividados? E seus financiadores como ficarão?

Depois das aventuras do cruzado de Sarney e do Plano Collor – que confiscou a poupança do povo – o país entrou no neoliberalismo econômico. Itamar criou o real, FHC assumiu sua paternidade e o manteve. Lula continuou e Dilma faz o mesmo. Apesar das diferenças pontuais, os governos das últimas duas décadas são muito iguais. Fazem muita perfumaria, mas não diferem no fundamental.

A sociedade e os empresários, outrora tão ativos e questionadores, precisam tomar sua posição. Não podemos continuar vivendo o flagelo da iminência de o pior vir a acontecer. Os detentores do capital precisam, no mínimo, garantir sua manutenção. E os representantes dos detentores do trabalho não podem se contentar apenas com o emprego que hoje lhes é garantido nos escaninhos do governo. Se o país for para o buraco, iremos, todos, juntos!...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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