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Opinião
09/03/2013 - 08h00
A torcida (realmente) organizada
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Episódios como o ataque de torcedores inconformados aos jogadores palmeirenses, ocorrido no aeroporto de Buenos Aires; pichações à sede do clube no seu rebaixamento; o sinalizador que matou o menor e provoca a prisão e o sofrimento de corintianos na Bolívia; a prisão de “torcedores” que se dirigem aos estádios portando verdadeiros arsenais, deslustram o futebol brasileiro. Devem incomodar muito ao “rei” Pelé e certamente seriam incompreensíveis a Leônidas da Silva, Domingos da Guia e a outros craques que fizeram a alegria de nossos avós torcedores. Há mais de uma década, os clubes brasileiros padecem com suas torcidas, cada dia mais violentas, destrutivas e criminosas. As autoridades tentam medidas para coibir os excessos, mas tudo, ao que parece, tem sido em vão.

O que ocorre com as torcidas, organizadas ou não, pode ser tributado ao clima de permissividade que leva à degradação do extrato social. Indivíduos sem princípios básicos de cidadania e tomados pela certeza da impunidade, saem às ruas e vão ao estádio para extravasar seus recalques, ferir e matar. Isso também ocorre no dia-a-dia das cidades deste país em que, lamentavelmente, se tem cultivado exclusivamente os direitos e ignorado os deveres de cada cidadão. A ordem estabelecida é tão cínica e irresponsável que, mesmo quando se dão os tumultos e os desatinos como os das torcidas, ainda há o questionamento e a pressão pela punição de policiais e autoridades sempre acusados de prática repressiva violenta. É a inversão de valores comandada pelos irresponsáveis teóricos, transformados em “pais de rua” de uma sociedade cada dia mais combalida.

As ocorrências ligadas ao futebol e às torcidas servem para manchar a imagem internacional do país, principalmente por estarmos nos preparativos para sediar a Copa do Mundo. É lógico que esses exageros não deverão ocorrer durante a Copa, um evento de outro nível, onde desaparecem as paixões clubísticas, pois a disputa será de seleções. É de se supor, também, que para os eventos da Copa haja um esquema especial de segurança, impossível de se montar para os jogos do dia-a-dia.

A sociedade nacional vive dias caóticos. As chacinas, execuções sumária, assaltos diários e outros distúrbios vão se tornando acontecimentos banais. O número de menores infratores a serviço do crime organizado é crescente. E, nessa esteira, as torcidas acabam também se transformando em barris de pólvora sem nenhum controle.

O futebol, na sua essência, é esporte e promove a alegria do povo. As autoridades, clubes, estudiosos e quem puder ajudar, precisam encontrar uma ou mais fórmulas de manter as torcidas de forma civilizada e ética. Seria um desperdício acabar com as torcidas, que podem fazer a alegria de um clube ou time. O importante é encontrar o meio de torná-las efetivamente organizadas. Chega de torcida desorganizada e... criminosa!


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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