Especialista alerta que o uso de substâncias pode danificar o funcionamento renal e levar à necessidade de transplante
A realização de exercícios físicos é essencial para manutenção da saúde. No entanto, a busca por um corpo perfeito por vezes extrapola limites e faz com que pessoas jovens, em sua maioria, façam uso de anabolizantes com o objetivo de ganhar massa muscular rapidamente. O que muitos não sabem é que a utilização destas substâncias traz muitos riscos à saúde. Além das modificações no corpo provocadas pela alteração hormonal, os órgãos também podem ser prejudicados, o que pode acarretar consequências mais graves, como pressão alta, comprometimento do fígado, do coração e no funcionamento dos rins, explica o nefrologista Dr. Marcos Alexandre Vieira, diretor clínico da Fundação Pró-Rim (www.prorim.org.br). O médico adverte que suplementos alimentares, esteroides anabolizantes, polivitamínicos e dietas hiperproteicas, devem ter acompanhamento médico, além da orientação de nutricionista e educador físico. Segundo ele, esses produtos que estão na moda, podem desenvolver uma doença secundária, conhecida como glomerulonefrite. Trata-se de um processo inflamatório nos rins, provocando perdas de proteína e sangue pela urina. A partir daí, o quadro pode evoluir para a insuficiência renal crônica. Foi o que aconteceu com ERH (30 anos), que uma vez por ano tomava um ciclo de anabolizantes para potencializar os efeitos da musculação e do muaythai.
Em 2004, o jovem percebeu inchaço nas pernas e cansaço, mas não deu muita atenção aos sintomas. Cinco anos depois, a má aplicação do anabolizante o fez procurar a emergência de um hospital. Após a realização de exames de sangue, descobriu que seus rins estavam gravemente comprometidos, com baixa função renal. “Foi um susto grande porque a gente sempre ouve falar que os anabolizantes fazem mal à saúde, mas nunca achamos que vai acontecer conosco”, lembra. Para finalizar, o jovem alerta “se pudesse voltar a trás, jamais faria uso destas substâncias. É preciso ter limites até mesmo na procura do corpo perfeito. Mesmo tendo uma segunda chance com o transplante, terei que tomar medicamento e passar por acompanhamento médico para toda a minha vida”.
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