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Opinião
23/03/2013 - 08h04
A bicicleta e a educação de trânsito
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

O tétrico acidente da avenida Paulista, onde o carro arrancou o braço do ciclista (e o motorista, alcoolizado, fugiu e jogou o membro num riacho) tem ocupado boa parte do noticiário dos últimos dias. O relato volta hoje (22/03) com a notícia da libertação do jovem, beneficiado por um habeas-corpus, depois de passar 11 dias na prisão. Divide espaço com a notícia da jovem de 25 anos que se feriu ao cortar a frente de um ônibus, com sua bicicleta, na avenida Rebouças. Esses e outros fatos envolvendo ciclistas – 52 deles morreram em acidentes durante o ano passado nas ruas de São Paulo – levaram o prefeito Fernando Haddad a interessar-se pelo problema. Reunido com cicloativistas, ele ouviu reivindicações e prometeu verbas para construção de ciclovias e ciclofaixas, além de um plano de comunicação para promover a segurança de ciclistas.

A bicicleta é um antigo e interessante meio de locomoção. Mas, para poder conviver com os outros entes do trânsito urbano, precisa estar inserida num contexto onde seu condutor reconheça e obedeça regras para, com isso, poder exercitar seus direitos e deveres. Não basta alguém que viajou à Ásia ou Europa e lá viu ciclistas trafegando em meio aos carros, vir aqui, pintar faixas ou colocar cones nas ruas e dizer que aquilo é uma ciclovia. É necessário que tanto ciclistas quanto motoristas sejam conscientizados de que a rua é um espaço público e que nele terão de conviver, respeitando-se mutuamente. Há que se definir áreas para o ciclismo de transporte e o esportivo e, também, que utilizar todos os recursos técnicos e de comunicação para evitar acidentes.

Tanto na capital paulista quanto em outras capitais e cidades brasileiras grandes e médias, é comum encontrarmos pelas ruas o ciclista inconsciente, que trafega sobre as calçadas, passa no sinal vermelho, circula na contramão e ainda diz que faz isso porque, no contrafluxo, vê melhor os veículos pois estes vêm em sua direção. Também é frequente o motorista chegar a um cruzamento, olhar para o lado de onde vem o trânsito e, ao avançar, ter a sua frente atravessada por um ciclista vindo da contramão. É preciso dizer a esses usuários da carinhosa “magrela” que, num acidente, os mais vulneráveis são eles.

Não podemos ignorar que, desde a implantação da indústria automobilística, o sonho de todas as pessoas é ter um carro. Durante as últimas cinco décadas, as cidades brasileiras foram pensadas exclusivamente para o veículo automotor. As bicicletas, que tanto serviram aos nossos avós, foram alijadas do processo e só utilizadas na periferia, por gente muito pobre. Exceção àqueles que as têm para o esporte e o lazer. Agora, para reintroduzi-las como opção de transporte, é preciso uma ampla e cuidadosa operação. O grande ponto de interrogação, sem qualquer dúvida, está na educação do ciclista, do motorista e, até, do pedestre. Sem isso, nada feito...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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