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Opinião
10/04/2013 - 07h00
O governo da criatividade não tem estratégia
Reginaldo Gonçalves
 

Guido Mantega continua em meio ao fogo cruzado. Para não ficar pressionado pelo benefício concedido às montadoras, pensa agora em manter reduzido o IPI de linha branca e móveis. Tudo parece um passe de mágica, uma criatividade sem estratégia. Falta inovação ao governo, que o leve a pensar adiante e dar sustentação à economia e maior tranquilidade aos investidores locais e externos, assim como às trocas comerciais internacionais.

Tivemos este ano uma das maiores safras de grãos, com o fechamento de grandes contratos de exportação, em especial com a China. E de novo nos deparamos com a barreira logística e os entraves nos portos, que culminaram com cancelamento de negócios e dúvidas quanto à seriedade de nossos produtores e da nossa capacidade de cumprir importantes compromissos para manutenção da balança comercial. Esse entrave, no mínimo, gerou prejuízos ao produtor e a quem dependia dos produtos entregues nos prazos convencionados.

Quando não se tem estratégia a saída é buscar mecanismos para ser, de certa forma, “criativo”. Enquanto isso, o incêndio se alastra pela falta de investimentos em infraestrutura e o encarecimento da máquina administrativa com a criação de Ministérios, para citar apenas um exemplo.

O que vem acontecendo no mundo, principalmente com a Eurozona, Estados Unidos e China, ajuda a sacudir o mercado internacional e contribui para reforçar o quadro de desconfiança geral. Justamente por isso, é o momento do Brasil sinalizar ao mundo sua disposição de fincar boas raízes econômicas e dar segurança a quem estiver disposto a empregar por aqui seu capital.

Entretanto, é penoso ainda apontar as mesmas fragilidades. Pouco se fez para investir em energia, prejudicando empresas geradoras de riqueza como a Petrobras, em busca da manutenção de uma inflação controlável nos 4,5% ao ano, com teto de 6,5%.

As propostas de soluções mágicas continuam. Cogita-se aumentar a Selic como forma de conter o estouro da inflação, mas isso certamente prejudicará o equilíbrio das finanças. Ações como a redução de impostos, seja IPI, desoneração da folha através do INSS Patronal ou do PIS e COFINS sobre a cesta básica não aliviam o bolso do consumidor. Estudos realizados com famílias que recebem entre 1 e 5 salários mínimos demonstram que o patamar de inflação disparou, ultrapassando 10% ao ano. É justamente a faixa populacional que o Governo tenta ajudar que está pagando o preço pela “criatividade” da equipe econômica.

A possibilidade do aumento do PIB em 3% este ano poderá causar outro impacto. Teremos energia limpa disponível para o aumento da produção ou continuaremos a utilizar em sua potência máxima a energia das termoelétricas, mais caras e prejudicais ao meio ambiente?

O desespero chegou a ponto de o Governo solicitar que o aumento dos combustíveis não fosse repassado para as tarifas públicas, como de transportes. Este tipo de represamento de gastos, entre outros adotados, explodirá em algum momento, colaborando para o tão temido aumento da inflação. Veja que essas falácias de cunho político são totalmente contrárias ao equilíbrio econômico. Tudo por conta da mágica do presente e da criatividade que parece ser o esteio do governo.

Para criar um impacto significativo e que de fato melhore a situação geral da economia, espera-se que haja geração de emprego de forma sustentável, melhoria na educação, investimento em infraestrutura (mas com contenção de gastos governamentais e redução significativa de tributos). Inovação é a palavra, senão seremos uma nação de pobres e sem cultura, vivendo às custas de outros países, como presenciamos muitas nações da Zona do Euro.


Nota do Editor: Reginaldo Gonçalves é coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina.

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