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SEÇÃO
Crônicas
13/04/2013 - 11h05
Que sou eu?
Zélia Maria Freire
 

Quem de nós já não se fez esta pergunta? Gosto da resposta dada por Descartes, ele afirma que somos uma coisa que pensa. Aí você pergunta: que é uma coisa que pensa? Seguindo a linha de Descartes é uma coisa que duvida, que concebe, que afirma, que nega, que quer, que não quer, que imagina também e que sente. Agora, se você quer se aprofundar sobre o assunto, leia Nietzsche ele contradiz Descartes. Para Nietzsche, segundo o mestre Luciano Silva, em texto publicado, essas afirmações são completamente falaciosas, pois Descartes não conseguiu pôr em prática a intenção de duvidar de toda a realidade. Ora, esse é o problema, afirma Nietzsche, pois se de fato tudo foi posto em dúvida, como entender a expressão “eu penso,” é de se imaginar que Descartes esqueceu de colocar em dúvida a capacidade de pensar. É como se, através do pensamento, toda a realidade fosse colocada em dúvida, menos o que se concebe como pensamento. Explica o professor Luciano, que para Nietzsche, só na sentença “Eu penso” existe uma série de dificuldades que não foram levadas em consideração, o que de imediato anula a possibilidade do cogito ser considerado como o primeiro princípio do conhecimento humano. Outro filósofo entra nesta história, é o francês Michel Foucault, quando analisa um aforismo de Nietzsche, que diz: “Em algum ponto perdido deste universo, cujo clarão se estende a inúmeros sistemas solares, houve uma vez, um astro sobre o qual animais inteligentes inventaram o conhecimento. Foi o instante da maior mentira e da suprema arrogância da história universal”. Sugere Foucault, que o conhecimento foi inventado, ele não possui uma origem. Não ter origem significa que ele não está, em absoluto, inscrito na natureza humana. Ele não se constitui como o mais antigo instinto do homem, ou, inversamente, que não há no comportamento humano algo como um registro genético do conhecimento. O conhecimento para Nietzsche seria, assim como as demais criações humanas, simplesmente o resultado de um jogo indeterminado (sem regras e sem dependência de jogadores determinados).

Depois desta complicação toda, vou deixar registrado um pensamento de Nietzsche: “Meu ensinamento diz: viver de tal modo que tenhas de desejar viver outra vez (...) Quem encontra no esforço o mais alto sentimento, que se esforce; quem encontra no repouso o mais alto sentimento, que repouse; quem encontra em subordinar-se, seguir, obedecer, o mais alto sentimento, que obedeça. Mas que tome consciência do que é que lhe dá o mais alto sentimento, e não receie nenhum meio! Isso vale a eternidade!” E também agradecer a Luciano Silva, mestre em filosofia pela PUC, autor do texto Que sou eu?: uma questão da Filosofia de Descartes e Nietzsche, que me serviu de base e apoio para a escrita deste texto, com transcrição ipsis literris de alguns trechos.

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