Como dizem os populares: vassoura nova varre bem que é uma maravilha! Assim estão os novos prefeitos que estão assumindo os seus postos à frente dos Paços Municipais que conquistaram no pleito que correu no ano que findou. Muita disposição para tocar o barco, para arrumar a bagunça que alguns derrotados deixaram e descascar os pepinos deixados que, em muitos casos, não são poucos. Mais curioso que as vassouras novas, são as donas de casa enjoadas, que esperam milagres quando compram determinado produto de limpeza, mas esses, apenas limpam (quando limpam) como qualquer produto de limpeza. Bem, essas seriam o arquétipo perfeito de muitos cidadãos neste momento de transição nas municipalidades, a espera de uma transformação radical em seus municípios e não simplesmente mudanças possíveis. Bem, mais ninguém mandou fazer propaganda enganosa. Já pararam para pensar se o PROCON também assistisse esses casos? De mais a mais, quem faz milagre é Santo e não Político. Por mais honestos que eles sejam esses irão agir dentro dos limites do possível. As vezes além dos limites da legalidade, mas sempre dentro das raias do possível. E como esse tal de possível é limitado, muito mais restrito que a amplitude das promessas proferidas e muito menor que as expectativas dos que acreditaram no besteirol panfletário cíclico. E se tudo isso não fosse o suficiente, esses tais de possíveis acabam ficando mais restritos devido as limitações que o jogo político impõe como obrigações firmadas com fulanos aqui, compromissos com beltrano firmados acolá e, de repente, as propostas apresentadas pelos candidatos aos cidadãos eleitores vão ficando em segundo, terceiro, em últimos planos quando não esquecidos ou negados na cara-de-pau. Esteja à destra ou à sinistra, o enredo é o mesmo nestas terras ensolaradas: as disputas políticas nestas terras Macunaímicas acabam sempre se assemelhando com um jogo de cartas de trapaceiros: depois da vitória, vem o rateio do que fora rapado dos patos. Bem, não precisamos nem dizer que são os patos nessa história toda, não é mesmo pato?
Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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