A 15ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe já começou. Até o dia 26 de abril, nos 65 mil postos de saúde do país será oferecida a dose que protege contra os três subtipos do vírus influenza que mais incidiram sobre a população no ano passado: A (H1N1); A (H3N2) e B.

“Com a chegada do inverno, o frio, o tempo seco e a menor dispersão dos poluentes pioram a qualidade do ar. Isso tudo associado à tendência de aglomeração em locais fechados faz com que as infecções respiratórias aumentem a sua incidência neste período do ano”, explica o dr. Mauro Gomes, do departamento de Infecções Respiratórias da Sociedade Paulista de Pneumonia e Tisiologia (SPPT).

Desta maneira, vírus e bactérias acabam transmitidos de pessoa a pessoa com maior facilidade, causando algumas epidemias.

“Portadoras de doenças respiratórias crônicas, como a asma, a DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) ou a rinite alérgica têm maior tendência a apresentar crises de exacerbação nesta época do ano também por conta destas condições”, afirma.

Prevenção

O vírus Influenza H1N1, causador da gripe A, foi o causador de grandes epidemias por todo o mundo desde 2009. De lá para cá, com a maior conscientização da população, desenvolvimento da vacina e rápida ação de médicos e profissionais da saúde para o diagnóstico e início do tratamento, os números vêm diminuindo. Mas ainda assim, todo o cuidado é pouco.

Neste inverno que está se encerrando agora no hemisfério norte, o vírus que mais chamou a atenção foi o Influenza H3N2, afirma o dr. Mauro Gomes.

“Os vírus influenza evoluem com facilidade e de modo imprevisível, gerando estas variações. Por conta desta característica, a vacina contra a gripe (influenza humana sazonal) é atualizada todos os anos, englobando as novas variações e garantindo que seja eficaz contra elas”.

Quem deve tomar a vacina?

Segundo o Ministério da Saúde, a meta para 2013 é vacinar 32 milhões de pessoas, que é o equivalente a 80% do grupo prioritário. Estão neste grupo adultos com 60 anos ou mais, crianças de seis meses a dois anos, indígenas, gestantes, pessoas privadas de liberdade e profissionais de saúde. Para este ano, foram incluídas ao grupo mulheres no período de até 45 dias após o parto (em puerpério). Outra novidade é que os doentes crônicos, que até o ano passado deviam se dirigir aos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIEs), passam a ter o acesso ampliado a todos os postos de saúde.

Segundo o dr. Mauro, entram neste grupo portadores de asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), fibrose cística, bronquiectasia, fibrose pulmonar, displasia broncopulmonar e hipertensão arterial pulmonar.

“Estes pacientes devem ter cuidado redobrado e minimizar as chances de contrair uma gripe. E uma vez que a vacina demora cerca de três a quatro semanas para fazer efeito, estamos na época ideal para a vacina. Assim, na chegada do inverno, a pessoa estará protegida”, finaliza.