Som em excesso pode obrigar jovens de hoje a trocar fones de celulares e MP3 por aparelhos auditivos bem antes de envelhecer
Boates, shows, fones de ouvidos nas alturas. A ’overdose sonora’ a que se submetem os jovens pode trazer consequências nada agradáveis no futuro. E são os próprios médicos e fonoaudiólogos que alertam: a juventude deve estar atenta e proteger a audição sob pena de ficar surda antes de envelhecer. De acordo com estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), 360 milhões de pessoas sofrem de perda de audição no mundo. O documento foi divulgado há pouco mais de um mês. A médica da OMS, Regina Ungerer, defende medidas de prevenção, principalmente para quem mora em centros urbanos, por causa da exposição a ruídos acima de 80 a 90 decibéis. “Temos que estar numa faixa sempre abaixo disso, mas quem mora em cidades grandes, com muito barulho de carros, buzinas, sirenes, britadeiras, e até quem convive com o volume alto do fone de mp3 e Ipod, que de uns 15 anos para cá está nos ouvidos de uma grande maioria, tem que tomar cuidado. Tudo isso, em conjunto, pode provocar surdez em tempo menor do que antigamente”, explica. Para muitos jovens, o som alto da música nos ouvidos dá mais disposição para ’malhar’ nas academias. Mesmo ao andar nas ruas ou no transporte coletivo, eles acham que a música alta ajuda a abafar o barulho do trânsito, além de promover bem-estar. Mas esta geração da tecnologia, que não larga smartphones e tablets, dependerá mais de aparelhos de audição no futuro. Isso porque se expor a uma intensidade sonora acima de 85 decibéis ao longo do dia, todos os dias, pode provocar danos irreversíveis na audição com o passar do tempo. A fonoaudióloga Isabela Pereira Gomes, da Telex Soluções Auditiva (www.telex.com.br) ressalva, no entanto, que as consequências do uso frequente de fones de ouvido não são as mesmas para todo mundo. Variam de acordo com o período de exposição sonora e a predisposição genética de cada indivíduo. “Recomendo aos jovens que usam fones de ouvido com muita frequência a fazerem um teste chamado audiometria. É o exame que informa se o paciente já tem lesões auditivas e como deve proceder, a partir daí, para evitar o agravamento do problema", aconselha a fonoaudióloga da Telex. "Quanto mais cedo for detectada a perda auditiva, melhor. Quando o dano à audição ainda é pequeno, recomendamos o uso de um aparelho auditivo bem pequeno e discreto”. Infelizmente, é comum que a pessoa só procure tratamento quando o caso já está mais grave. Qualquer dano à audição vai se somando ao longo do tempo e os efeitos podem não ser logo sentidos. Depois do diagnóstico do médico, cabe aos fonoaudiólogos indicar qual tipo e modelo de aparelho são indicados para atender às necessidades do deficiente auditivo. “Hoje em dia, a tecnologia e o design moderno dos aparelhos estão ajudando a derrubar preconceitos. Já existe uma diversidade de modelos de aparelhos auditivos, como os da Telex, alguns completamente invisíveis no ouvido, que não trazem nenhum constrangimento a quem usa”, conclui a fonoaudióloga Isabela Gomes.
|