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Opinião
21/04/2013 - 18h13
O Levante de Varsóvia e a luta pela dignidade
Abraham Goldstein
 

Nesse dia 19 de abril comemoraram-se os 70 anos do Levante do Gueto de Varsóvia, um dos mais significativos capítulos da luta pela dignidade do ser humano. Nessa data, no ano de 1943, organizações judaicas iniciaram uma resistência armada contra os nazistas, que realizavam deportações em massa de judeus do Gueto de Varsóvia para campos de extermínio, como Treblinka.

O Gueto de Varsóvia foi implantado pelos nazistas em 1940, logo depois da invasão da Polônia, para confinar a população judaica do país. Entre 1940 e 1943, a população do gueto foi reduzida de quase 400 mil pessoas para 70 mil, principalmente em decorrência da deportação de centenas de milhares de judeus para os campos de extermínio. Muitos também foram vítimas da fome e de doenças. Sem ilusões de vencer a máquina de guerra nazista, mas dispostos a resgatar a dignidade do povo judaico, militantes judeus sionistas e socialistas formaram a Organização da Luta Judaica e a União Militar Judaica.

Menos de mil judeus se armaram com armas velhas e enferrujadas, alguns artefatos caseiros para enfrentar três mil soldados bem armados e equipados. A revolta durou até 16 de maio, quando os últimos resistentes foram cercados. Muitos se suicidaram para não serem deportados. Depois disso, dos quase 60 mil judeus remanescentes do Gueto, sete mil foram fuzilados e o restante enviado para os campos da morte.

A data nos remete a uma reflexão necessária, principalmente nos dias de hoje, quando a intolerância volta a ameaçar a todos e a vida parece se tornar algo cada vez mais banal. É verdade que hoje, felizmente, não temos mais regimes como o nazismo, mas o ódio racista e antissemita, infelizmente, ainda se manifesta em vários países, principalmente nestes tempos de crise econômica e social. Grupos extremistas e xenófobos estão crescendo, minando as conquistas democráticas tão penosamente obtidas depois da derrota do III Reich. Mesmo no Brasil, país onde a convivência de povos e culturas é enraizada, manifestações de racismo e intolerância estão se tornando cada vez mais frequentes.

Temos que nos preocupar seriamente com estas manifestações, devemos nos esforçar para educar pela paz e solidariedade, estabelecendo a confiança e respeito entre e com todos. Que o Levante do Gueto de Varsóvia seja um alerta sobre a importância da dignidade humana, mas que não necessitemos mais pegar em armas para lutar pelos valores universais, como a liberdade, a democracia e a defesa dos direitos humanos.


Nota do Editor: Abraham Goldstein é presidente da B’nai B’rith no Brasil (www.bnai-brith.com.br), entidade judaica dedicada à defesa dos Direitos Humanos.

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