O carro encurta distâncias... mas, por problema de visão ando a pé, ou, de carona. Marido e amigos são solidários com meu problema, quase sempre, tenho alguém que me conduz.

Rose passa para me pegar para uma tarde dedicada ao estudo da literatura, sempre regada com muita leitura, é claro!

“Amiga, ontem o Clóvis ficou possesso comigo, já lhe contei que ele faz o café de manhã, por isso, quer levantar e encontrar a cozinha em ordem. Antes de ontem, o cansaço de um dia repleto, me abateu... eu, queria dormir não estava a fim de lavar a louça do jantar! Tive uma idéia brilhante; abri a porta do forno e coloquei lá dentro toda a louça suja.”

“Como!? Nunca tinha pensado nessa idéia. Um bom esconderijo, esse!”

“Pois é! O caso é que, ontem, ouve um repeteco do dia anterior... correria em dose dupla. À noite o cansaço me abateu!”

“Penso que você precisa tomar alguma vitamina para agüentar o tranco!”

“Jantamos. Clóvis foi à sala assistir futebol. Na cozinha lá estava ela... a louça... a louça e eu... Bem! Fogão de seis bocas, forno amplo. Repeti a façanha. Coloquei a louça suja no seu interior.”

“Qual o motivo do Clóvis ficar irritado!?”

“Amiga... o inimaginável aconteceu... o homem veio mais cedo do trabalho e resolve me fazer o jantar para comemorar o meu aniversário. Procura as panelas... os talheres... os pratos... e, fica sem saber; o que aconteceu!? Teimoso queria preparar algo... foi no supermercado e comprou uma pizza... ligou o forno para assá-la... surpresa a louça toda estava lá, suja!”

“Trânsito complicado a esta hora da tarde!”

Fico impaciente com a minha amiga que não termina a história, pergunto.

“Afinal, ele ficou bravo, mas lavou a louça?”

“Lavou! Contudo informou que não é para eu acostumar a enfiá-la suja no forno... o local não é um buraco negro!”