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Opinião
26/04/2013 - 17h00
Os objetivos do milênio
Amadeu Roberto Garrido de Paula
 

Da grandiosidade dos propósitos desse programa da ONU, que em menos de mil dias escoará seu prazo, no final de 2015, muito pouco foi atingido, a demonstrar a procedência dos debates cáusticos que o antecederam entre as nações, de um lado os idealistas e de outro os céticos, num encontro fundamental já eternizado pelo cinema.

Dono de um número inusitado de informações, o jornalista Washington Novaes, de O Estado de S. Paulo, imprime clareza solar à análise, fundamentado em sólidos e idôneos danos estatísticos; sentar sobre eles é o mesmo que fazê-lo sobre baionetas, como disse Talleyrand a Napoleão.

Num mundo de 7 bilhões de habitantes, 6 usam telefones celulares, 2,5 não tem instalações sanitárias em suas casas e mais de 1 bilhão defecam ao ar livre.

Não se ignoram os progressos da última década: a extrema pobreza diminuiu pela metade, caiu a mortalidade infantil, o acesso à água potável foi ensejado a 2 bilhões de pessoas e as matrículas escolares de jovens de idade inferior a 15 anos atingiram recordes (se é que as matrículas significam alguma coisa).

Todavia, 40% da população do mundo vive com menos de 4 reais por dia. No Brasil, 13,8 milhões de famílias sobrevivem com renda mensal de 70 reais mensais (e apoiam o governo, porque nem isso possuíam). O governo não consegue localizar, neste mundaréu de Deus, 700 mil famílias que nem Bolsa-Família têm. Esses brasileiros dos 70 reais vivem com menos do que o necessário segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, que fixa o parâmetro de R$ 103,00 mensais.

Houve, também, progressos em nossa terra, do ano 2000 para cá, se não somos iludidos pelas aparências: o analfabetismo caiu de 13,6% para 9,6%, embora 75% de nossos compatriotas continuem analfabetos funcionais; a mortalidade infantil caiu de 21,3% de crianças nascidas com vida, entre 10 mil, para 13,6%.

Entretanto, o saneamento básico continua a gerar doenças e má qualidade de vida, e nos envergonha até em comparativos no próprio continente: avançamos, de modo pífio, de 61,9% das residências para 65,1%.

Agora, enfrentamos um surto de dengue hemorrágica, no litoral do estado mais avançado da federação, em que muitos municípios já reconheceram formalmente o estado de epidemia; coisa, como se diria algumas décadas atrás, de uma Uganda qualquer. Nesse contexto, o que não deixa de causar espécie é a mutação funcional da presidente, num país rigorosamente presidencialista e que se rege - inconstitucionalmente - por medidas provisórias, ao deixar o comando da administração federal para subir aos palanques há mais de um ano de sua sonhada reeleição, na companhia de seu patrono e, novamente, ligando o interruptor das luzes da brevíssima panacéia que tudo solucionará - a exploração das imensas riquezas do pré-sal. A maioria, em que pese a manipulação da realidade na última eleição, talvez continue a lhe dar credibilidade.

O fenômeno, como visto, não é exclusivamente nacional. Atinge uma imensidão de países e conserva o drama da raça humana, que, no século passado, imaginávamos candidamente estar debelado, pelo menos, após 2001 e o esplendor da humanidade com sua odisseia no espaço.


Nota do Editor: Amadeu Roberto Garrido de Paula é advogado.

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