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Opinião
02/05/2013 - 07h07
O paradoxo entre o crime e o emprego
Antoninho Marmo Trevisan
 

O crescente quadro da violência em São Paulo, fator que gera medo na sociedade e insegurança para as empresas e investimentos, tem desafiado antigo axioma sociológico, o de que a exclusão é a grande causadora da criminalidade. Entretanto, o Brasil é hoje um dos países com a menor taxa de desemprego e promoveu, nos últimos dez anos, um significativo processo de ascensão socioeconômica da população, sem precedentes em nossa história recente. Este é um quadro ainda não alterado pelos problemas mais recentes que envolvem nossa economia.

Assim, são surpreendentes e inusitados os números que acabam de ser divulgados pela Secretaria da Segurança Pública do Governo do Estado de São Paulo, constitucionalmente responsável pelo comando da Polícia Militar e da Civil: os latrocínios quase dobraram na capital paulista, subindo de 22 casos, no primeiro trimestre de 2012, para 40, no mesmo período de 2013; os homicídios aumentaram 18%, passando de 258 para 305; os estupros foram agravados em 26%, de 688 para 867. Também cresceram as ocorrências de roubos e furtos em geral, incluindo veículos.

Infelizmente, esse recrudescimento da criminalidade, agravado pelo maior crescimento dos casos envolvendo violência, não se restringe à cidade de São Paulo. É um fenômeno que atinge todo o território paulista. De janeiro a março deste ano, registraram-se 1.189 homicídios dolosos no Estado inteiro, um aumento de 10% em relação às 1.078 ocorrências verificadas em igual período de 2012. Os latrocínios saltaram 18,8%, chegando a 101 casos e os estupros foram 9,5% mais numerosos, chegando a 3.356 casos, em apenas três meses. Também ocorreram, no período, 59.260 roubos.

Procurei sintetizar esses dados em apenas dois parágrafos, para facilitar a análise estatística e procurar contribuir para uma reflexão sobre esses assustadores números. Não somos uma nação em guerra ou mergulhada em sublevações e conflitos sociais. Temos uma democracia que se mostra estável e instituições fortes, que têm tratado de modo civilizado, nos ditames da lei, problemas ligados à corrupção, crimes do colarinho branco e outras questões persistentes no cenário nacional.

Nada justifica esse aumento da criminalidade em São Paulo, que parece ter entrado numa curva ascendente, cuja evolução dá-se em proporções e velocidade cada vez maiores. As evidências indicam a existência de um problema fora dos padrões. É um instigante desafio para as autoridades competentes, a ser vencido com urgência, pois a situação é muito grave.

Raramente abordo tais questões em meus artigos, a maioria deles voltada às análises econômicas e à gestão empresarial. No entanto, o crime e a violência, quando passam de certos limites tornam-se, sim, temas correlatos à economia, convertendo-se em fatores com direto impacto nos investimentos, confiança dos empresários e custeio das empresas, pois segurança privada é muito onerosa. Ademais, contribuir para a reflexão sobre temas relativos aos interesses maiores da sociedade é um dever de cidadania. Estamos diante de uma situação que merece a máxima e premente atenção e comprometimento das autoridades responsáveis.


Nota do Editor: Antoninho Marmo Trevisan é o presidente da Trevisan Escola de Negócios, membro do Conselho Superior do MBC (Movimento Brasil Competitivo) e do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República).

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