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Opinião
01/03/2005 - 11h25
Com vírgula, ou sem vírgula?
Percival Puggina - MSM
 

Recomendo enfaticamente a leitura do livro Stalin, obra escrita em dois volumes por Dmitri Volkogovich, general do exército russo sob cuja responsabilidade esteve, durante muitos dos anos que antecederam à queda do regime comunista, a guarda dos arquivos militares soviéticos. O vulto das informações históricas é imenso e sua leitura estabelece analogias que podem ser facilmente percebidas em relação a vários aspectos da nossa atualidade. Obviamente não é a mesma coisa, mas a moralidade que conduz muitas das ações em curso resulta bem semelhante. Em resumo, posso afirmar, sem medo de incorrer em erro: há uma estreita relação de causa e efeito entre todo o totalitarismo e o apego às versões sobre os fatos, o desrespeito à honra alheia e a mentira.

Durante anos venho participando de sucessivos e instigantes debates em rádio e TV com pessoas em relação às quais mantenho antagonismo político e no curso dessas interlocuções tenho notado e anotado sucessivas e repetitivas evidências do que afirmo. São raros os quadros políticos com os quais se pode manter um contraditório intelectualmente honesto, com base em fatos e idéias.

Por isso, depois de ter presenciado tantas tentativas de desqualificação moral, depois de ter tido que desmontar mentiras expostas como argumentos e de ter que refutar versões apresentadas como fatos, não posso deixar de rir perante a enrascada em que se meteu o presidente Lula. Num discurso proferido em evento da Petrobrás no Espírito Santo, acabou sendo vitimado pela arapuca que ele e muitos de seus companheiros gostam de preparar para os outros. Ao dizer que recebera, há dois anos, informações sobre corrupção no governo de seu antecessor, ele estava fazendo uso da velha estratégia stalinista, mas ao relatar sua ordem para que o assunto se encerrasse naquela conversa, enfiou-se no próprio alçapão. Se fez o que disse, é réu confesso de crime de acobertamento. Se o que disse não aconteceu é réu de crime de difamação.

No dia seguinte, diante da paquidérmica confusão que causou na cristaleira das relações políticas nacionais, participando de um evento do MEC, referiu-se à necessidade de não permitir que uma "notícia atravessada" (culpa da imprensa?) ou um "discurso atravessado" (culpa de quem, mesmo?), jogasse por terra o sonho da reforma universitária.

Como lhe parece melhor, com vírgula ou sem vírgula? "Presidente, não se improvisa" ou "Presidente não se improvisa"?


Nota do Editor: Percival Puggina é arquiteto, político, escritor e presidente da Fundação Tarso Dutra de Estudos Políticos e Administração Pública.

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