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Opinião
10/05/2013 - 11h10
Imediatismo na economia
Benedicto Ismael Camargo Dutra
 

Imagine a bela paisagem do Polo Norte. Montanhas de água congelada acumuladas em milênios e que agora estão se desfazendo. Quanto maior o aquecimento global, maior o desmanche. Assim está ocorrendo com muitas das estruturas erigidas através dos séculos, e que agora ameaçam desmoronar por falta de sustentabilidade. É o caso da economia, que durante muito tempo se fundamentou no real, na natureza como a grande fonte de riqueza. Visava-se cuidar da subsistência através da extração dos recursos naturais, na produção agrícola, e na distribuição dos artigos indispensáveis. Trabalhava-se para assegurar a sobrevivência.

A partir do século 16 começam a surgir mudanças na produção industrial com o surgimento das fábricas e do que seria o embrião do mercado financeiro com operações de participação e financiamento de grandes empreendimentos. Trabalhar para acumular dinheiro tornou-se objetivo atraente. Aos poucos o dinheiro foi adquirindo a posição de mercadoria especial.

Assim, depois de séculos, a finança global acabou se tornando dominante, assumindo a posição anteriormente ocupada pela religião nos rumos da vida, da política e da economia. O poder financeiro superou até os governos, mas atingiu um estágio de supersaturação, exibindo os seus frutos nas crises das dívidas soberanas de duvidosa liquidação, na falta de empregos para as novas gerações, no aumento da miséria e na concentração da riqueza.

O mercado financeiro se descolou da economia real. Calcula-se que para um montante de produção mundial de US$ 60 trilhões, o mercado financeiro esteja girando com um volume de papéis e operações da ordem de 600 trilhões, altamente concentrado em poucas mãos. Se esse montante, ou parte dele, for parar no mercado real, nas mãos dos consumidores, teremos uma situação complicada.

Quando as pessoas se apegam a interesses ligados exclusivamente ao material, perdem a sensibilidade, e sua atividade torna-se rígida, tendendo ao desmoronamento quando as consequências finais se fazem sentir. As ações movidas pela intuição contêm a força natural, enquanto que as tomadas com o raciocínio precisam de grande esforço para serem mantidas.

O raciocínio tende para o individualismo. O espírito está para a intuição, assim como o cérebro para o raciocínio e tudo precisa estar integrado com a participação do cerebelo, segundo afirmou o escritor alemão Abdruschin (1875/1941). O físico inglês, Isaac Newton (1642/1727) caminhava nessa direção, mas os cientistas modernos deram ênfase ao cultivo do raciocínio, pondo a intuição de lado, gerando a tendência destrutiva do pensamento calculista.

Assim a natureza e suas leis permanecem incompreendidas até hoje, enquanto as teorias criadas precisam ser permanentemente revistas, como acontece com a ciência econômica. Enquanto isso, os imediatistas vão tirando proveito, onde e como podem, acumulando liquidez financeira.

A situação econômica atual assemelha-se à avalanche de gelo: muita coisa se desprende e não tem como voltar ao que era. Quanto mais avançamos no tempo, mais efeitos danosos aparecem, pois muita coisa foi montada de improviso tendo em vista a maximização de resultados no curto prazo, sem considerar as consequências para o futuro da humanidade.


Nota do Editor: Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, e associado ao Rotary Club São Paulo. Realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros “Conversando com o homem sábio”, “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”, “O segredo de Darwin”, e “2012... e depois?”. E-mail: bicdutra@library.com.br.

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