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SEÇÃO
Crônicas
12/05/2013 - 15h00
O contato
Rick Steindorfer
 

Essa noite eu tive um sonho incrível. Nele eu era uma micro-partícula e meu nome era “Jan”. Andava livre pelo universo, a uma velocidade exorbitante, sem rumo e sem direção. Passeava por todos os lugares e observava. Olhava o cosmo com um olhar penetrante, pois eu era o centro de mim mesmo e em mim eu encontrava todas as razões de existir. Fazia movimentos radicais, rodopiando em torno de mim mesmo e prosseguindo ligeiro em direção ao nada e nada podia me parar.

De repente percebi que não estava assim tão só. Vi distante um brilho, se movimentando a uma velocidade imensa. Imediatamente me lancei ao encalço daquele corpo, em busca de saber o que era. Fiz uma força grande para me aproximar, mas em vão, o corpo ia a uma velocidade igual à minha. Mas eu mantive a intenção e de repente vi que o corpo vinha em minha direção.

Quando dei por mim estávamos bem próximo, um do outro e ao estarmos juntos, começamos a rodopiar, um ao redor do outro, brincando e na medida em que fazíamos isso, víamos que uma luz nos envolvia. Neste movimento formávamos um campo de energia tão potente, que nada entre nós poderia se movimentar, além de nós mesmo, no nosso movimento. De repente nos tocamos e neste instante houve uma explosão e nossos corpos foram lançados muito distante um do outro.

Fiquei procurando aquele corpo e percebi que estava sentindo algumas coisas que não faziam parte de mim. Eu estava trocando informação com algo desconhecido e esse algo parecia receber também de mim informações minhas, apesar da nossa distância.

Andei por todos os lugares e não conseguia ver novamente aquele corpo. Parecia que tinha sido destruído no nosso contato.

De repente, vi outro brilho no espaço, não muito distante de mim e mais outro. Movimentei-me rapidamente no sentido dos dois corpos e quando cheguei perto, eles se aproximaram e ficaram fazendo movimento ao redor de mim, em uma velocidade altíssima. Nós três estávamos quase nos tocando, mas mesmo assim mantendo a nossa distância. Foi neste instante que vi outro corpo e ao se aproximar de nós, percebi em mim um movimento desconhecido, mas extremamente conhecido, era aquele corpo que havia tocado em mim e agora eu via que algo dele me pertencia. Estávamos agora os quatro percorrendo o universo a uma velocidade extremamente alta, rodopiando em torno de nós mesmo, formando então uma força incomensurável ao redor de nós.

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