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Crônicas
21/05/2013 - 09h08
Inspiração, dona das minhas vontades
Antonio Brás Constante
 

Sento em frente ao computador e espero ela vir. Estou falando da inspiração, dona das minhas vontades, mas que muitas vezes me abandona quando a desejo perto de mim. Ela é uma deusa caprichosa, bela e poderosa. Em outras ocasiões é serva tímida, pura e frágil, como se um simples gesto pudesse quebrá-la. Porém, num piscar de olhos suas formas novamente se transformam. Agora é fera que ataca. Suave veneno que mata meu tempo, pois sou escravo de suas aparições. Misteriosa e encantadoramente extrovertida, aprisiona minha alma através do fogo de sua paixão criativa.

Sinto-me vazio sem ela. Chamando seu nome, clamando por sua presença sempre bem-vinda. A inspiração modifica a mente, aquece os pensamentos. Faz-me transbordar em idéias que nem imaginava possuir.

Gostaria de poder ser seu dono, ter ela sempre comigo atendendo meus caprichos de escritor, e não somente em visitas esporádicas que chegam sem aviso e me deixam sem ação. Ela não parece ser parte de mim, algo nascido de minhas entranhas, e sim um ser externo, místico e mágico, que invade minha vida, dominando meus sentidos, me embriagando de sua luz que não brilha, mas que me deixa cego de idéias novas, prontas para serem escritas. Um verdadeiro bombardeio de energia, transformando um simples pedaço de carne pensante e pulsante, um pobre animal que teima em procurá-la, em algo melhor. Alguém que consegue enxergar um sentido novo nas palavras.

A inspiração costuma vagar pelo mundo, utilizando a nós, seres humanos, como pousada. Em alguns ela se aninha passando toda uma vida. Com outros ocorre apenas um ou dois encontros.

Espero inutilmente pelo calor de sua chama nesta noite. Enquanto aguardo, vou escrevendo linhas e mais linhas, descrevendo minha ansiedade, torcendo para que meu gesto sensibilize-a de alguma forma e consiga atraí-la para mim.

Paro de escrever, fecho os olhos e sorvo o ar com mais leveza. Deixo meus ouvidos captarem todos os sons, procurando sentir à harmonia do lugar. Acho que ela chegou, pois algo começa a queimar em minha cabeça, intenso, apaixonante. Hora de parar de divagar e começar a criar, deixando estas frases para trás e partindo para um novo texto, agora com ela ao meu lado.


Nota do Editor: Antonio Brás Constante (abrasc.blogspot.com) é escritor.

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