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Opinião
22/05/2013 - 17h26
Agressões nas escolas
Esther Cristina Pereira
 
A responsabilidade é de todos

É comum ouvirmos, enxergarmos, lermos e até visualizarmos bem de pertinho situações de agressões em qualquer lugar. Quando se fala em escola, tem-se um sentimento diferente. Este repúdio social à violência dentro da escola deveria, sim, vir junto com um enorme questionário para avaliarmos o porquê da briga em ambiente escolar entre crianças e adolescentes.

Em primeiro lugar, observar o todo é extremamente necessário, pois a escola tem se tornado o primeiro ambiente social que a criança vive e nele iniciam os primeiros nãos que recebe. Temos nas mãos uma geração educada pelas famílias, ganhando e tendo tudo, não conhecendo a palavra não, não vivendo o dividir, o não ter e o esperar. Quando chegam às escolas, essa geração de crianças e adolescentes começa a viver com os nãos, com as negações às suas vontades, pois estão convivendo com o social, comportamentos coletivos que são obrigados a trilhar, mas não foram preparados.

Pensemos em um pequenino, rei da sua casa, da sua família, filho único, neto único, tudo único. Ele não será todos os dias o primeiro da fila, ele não será atendido em todos os momentos pela professora e terá que perceber que os outros também têm vez e voz. Fazer parte da coletividade é um dos pontos mais conflitantes para o ser humano.

Em segundo lugar, ouvir o outro, se colocar no lugar do outro, não é disciplina ou conduta ensinada às crianças de hoje. Impera o que eu quero, quando quero. Como na escola são muitos que querem tudo ao mesmo tempo, os conflitos começam a dar sinais, pois assim o poder aparece e continuam em um ganha ganha infinito, muitas vezes pela violência.

A escola é sim um espaço civilizador. É nela que o ser humano inicia seu estágio para conviver verdadeiramente com a civilização. Neste espaço, a violência inicia com pequenos conflitos e indisciplinas. Se eles não forem trabalhados com qualidade pelos adultos que nela estão inseridos, invariavelmente crescerão e se tornarão um problema muito maior.

A escola, com seu papel de formadora, não pode terceirizar para porteiros ou monitores os problemas e conflitos entre os alunos. Ela precisa trazer para si, junto com as famílias, estes relacionamentos mal resolvidos e conversas mal acabadas, pois a violência entre os educandos é sempre coisa pequena que, quando mal resolvida, ganha dimensões muito maiores. E este problema é sentido no ambiente escolar, pois sempre um aluno abre a guarda, contando para algum adulto a situação. A escola se preocupa com os conteúdos, mas conteúdo não se aprende em situação de sofrimento, vale a ressalva.

Não existe um professor que não consiga resolver conflitos. Existe aquele que não quer resolver, que não tira tempo para isso. A resolução de conflitos não precisa de curso ou aperfeiçoamento, basta o professor querer abrir mão do conteúdo para auxiliar os seus educandos no processo de viver em sociedade.

Acreditar na escola com autonomia e diálogo se faz necessário, pois ela existe. Uma instituição que ouça o aluno, em toda a sua dimensão, que debata os problemas, os conflitos sociais e familiares, que gere nos educandos uma sinergia de autocomprometimento e ajuda mútua. Essa escola é o que precisamos hoje.


Nota do Editor: Esther Cristina Pereira – diretora da Escola Atuação, de Curitiba (PR).

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