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Crônicas
28/05/2013 - 09h04
Loucura... ou...
Ana Marly de Oliveira Jacobino
 

E, lá vinha ele, com seu balanço caminhando pelas ruas da cidade. Um caminhar diferenciado pelo jogo do corpo pra frente e pra trás... um tanto quanto assustador para os incautos transeuntes que passavam ao seu lado. Vida atormentada pelo diagnóstico de loucura.

Há exatos doze meses ministrava aula de matemática na universidade. Cérebro privilegiado para os números. Outra das suas paixões: bibliotecas! Devorava livros, alguns emprestados e outros comprados para o desespero da sua mãe... Casa pequena, estantes repletas.

Vinte e sete anos incompletos, a dor de cabeça veio para atormentá-lo. Quarto escuro, silêncio, comida balanceada, médicos, exames... Nada de um diagnóstico. Complicações foram ocorrendo... Não conseguia mais dar conta do ensino da matemática, das avaliações, dos alunos... Contava que, alienígenas o perseguiam para a retirada do seu cérebro. Precisavam estudá-lo para a criação de humanóides inteligentes.

O que mais transformou a sua vida foi não conseguir mais ler... A dor “implodia” seu cérebro, a razão foi dando espaço para a irracionalidade. Estava a cada dia mais incapacitado de poder organizar os seus pensamentos em uma seqüência lógica.

Após, indas e vindas ao neurologista... o encaminhamento para um psiquiatra. Conversas... O médico ouviu o paciente e ouviu a família. Horas de conversas para poder contar com o diagnóstico.

“Esquizofrenia... é o diagnóstico do seu filho. Ele mostra uma desorganização ampla dos processos mentais. Para ir direto ao ponto... paranóide (predomínio de delírios e alucinações). Vamos entrar com as medicações para diminuir os sintomas e trazê-lo em contato com a realidade. A medicação não vai restabelecer a saúde mental! A medicação é uma ajuda para o doente e a sua família.”

Desde o dia do diagnóstico tudo mudou. O moço vez ou outra sai para a rua sem que a família perceba, fica horas sentado na praça fazendo contas com as pontas dos dedos em uma lousa imaginária.

“Seu Continha” pergunta um jovem estudante “Quanto é a raiz quadrada de 989?”

Dedos ágeis pelos ares... Resposta rápida!

“31,4483703870327...”

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