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Opinião
03/03/2005 - 14h01
A saga da mulher contemporânea
Faustino Vicente
 

O século passado notabilizou-se por grandes transformações científicas, tecnológicas, econômicas e sociais, tendo os historiadores destinado um capítulo especial para o despertar da mulher, na busca de seus direitos e resgate de valores subjacentes. Consciente, e inconscientemente, a mulher deu a luz a maior revolução mercadológica das últimas décadas levando as lideranças empresariais a descobrirem o riquíssimo potencial do "produto" que mais agrega valor para a mulher contemporânea - a praticidade. Fruto desse valor percebido surgiram os alimentos semi-preparados e prontos, as roupas feitas para todos os gostos e bolsos, os eletrodomésticos de grande utilidade no lar e uma gama enorme de serviços domiciliares. A concentração de produtos e serviços oferecidos pelos shopping centers, os transportadores de escolares, o delivery e tantas outras ofertas que tiveram como alvo principal poupar tempo - única "matéria-prima" que não tem reposição - daquelas que cumprem, no mínimo, duas jornadas de trabalho. Ah! Não podemos nos esquecer das facilidades da sedutora Internet e do irresistível celular, que revolucionaram o sistema de comunicação.

A instituição do Dia Internacional da Mulher nos permite crer que elas têm, sim, o que comemorar, porém entendemos que a data deva se constituir num fórum de debates sobre a não observância de determinados direitos, que continuam privilegiando os homens. Um dos exemplos mais gritantes é o da não aplicação do princípio da isonomia salarial. Ciente dos desafios que a esperam, a mulher tem investido em sua formação acadêmica, competência técnica e habilidades ecléticas, fatores que a faz referência como formadora de opinião e, conseqüentemente, agente de mudanças. Esta realidade despertou a percepção dos especialistas em marketing, que se convenceram do poder de decisão da mulher na hora de escolher a marca de um determinado produto.

Entre as diversas causas do avanço da participação da mulher no mundo dos negócios destacamos o seu mérito pessoal, a escalada de desemprego, o sonho da independência financeira e econômica e a ajuda no orçamento familiar. Colaboraram, também, a perda do poder aquisitiva, o desejo natural de assegurar melhor padrão de qualidade de vida aos filhos e a certeza de que poderia desempenhar, com a mesma eficácia e dignidade, tantas outras tarefas como a de dona de casa - que aliás, ela nunca abandonou. Suprir essas necessidades e acreditar no sonho de dias melhores motivam as mulheres a "trabalhar fora", apesar da injustiça salarial caracterizar grande parte do universo feminino.

Servidoras públicas, profissionais liberais e funcionárias de empresas que, realmente, praticam os princípios da responsabilidade social são alguns exemplos de isonomia salarial. É justo reconhecer que a mulher é alma do Terceiro Setor, cujo desenvolvimento tem resgatado a cidadania de um sem número de pessoas. A sua sensibilidade e a sua capacidade de se indignar diante das injustiças sociais mostram que ela é mais generosa em compartilhar, com o próximo, o mais precioso tesouro do planeta - o conhecimento. Ela prova que a parte mais importante do corpo humano não é o cérebro e nem o coração - é o ombro... O ombro amigo.

Já não são as mulheres que seguem as tendências mundiais, mas as tendências é que buscam inspiração no novo estilo de vida redesenhado pela mulher. O essencial, para mulheres e homens, é a consciência de que somos da mesma natureza e que nossas diferenças nada mais são do que características complementares, à construção de uma sociedade sem preconceito, sem discriminação e sem violência à mulher - chagas sociais, ainda, vivas no mundo todo. Finalizamos com uma sonora, e prazerosa, comprovação: as belas estão se tornando, cada vez mais, "feras".


Nota do Editor: Faustino Vicente é consultor de empresas e de órgãos públicos.

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