No séc. XX, até 1970, o Brasil foi o país que mais cresceu no mundo, com uma média da ordem de 7% a.a. A partir daí, a inflação passou a subir de forma descontrolada. Na década de 1970-80, o país foi seriamente impactado pelas crises do petróleo e pela alta dos juros internacionais que multiplicaram a dívida externa. Mas ainda houve crescimento, baseado na poupança externa. O setor estatal da economia se hipertrofiou e a má alocação de recursos pelos burocratas não permitiu obter a adequada produtividade do capital. Os anos 80 foram marcados por tentativas desastradas de debelar a inflação, iniciando-se um longo período de estagnação, com altos e baixos na atividade econômica, desorganização do Estado e descontrole dos gastos governamentais. Com o Plano Real, em 1994, finalmente foi alcançada alguma estabilidade monetária, por ter o governo substituído a fonte de financiamento do déficit da inflação pelo aumento de impostos e o endividamento público. A economia nacional, historicamente fechada, cartelizada e baseada no dirigismo estatal, nunca permitiu o florescimento do conjunto de idéias e doutrinas que visam a assegurar a liberdade individual no campo da política, da moral etc., nos moldes das sociedades efetivamente capitalistas e democráticas. Na década de 90, consolidou-se no País uma mentalidade socialista que jogou por terra todas as possibilidades de desenvolvimento sustentado, na medida em que os três poderes, a sociedade e os empresários se renderam às cantilenas socialistas. O processo de falência do Estado se acelerou. O sistema educacional, ferido de morte desde a reforma dos anos 70, foi desvirtuado. A Saúde Pública ficou abandonada. A segurança deixou de existir. A infra-estrutura (energia, transportes, telecomunicações, saneamento, habitação etc.) desmoronou. O caos se instalou, para felicidade dos adeptos do "quanto pior melhor" que sonhavam destruir a sociedade burguesa para construir uma utopia igualitária. Nesse contexto, cresceu apenas a demagogia, a corrupção e a politicagem rasteira, trazendo a reboque a violência, a criminalidade, a sonegação, o desrespeito à propriedade privada e aos contratos. A dimensão da economia informal tornou-se comparável à do setor formal, ao mesmo tempo em que o Estado perdulário se apropriava de mais de 40% da renda nacional, por intermédio de desmedida tributação, em grande parte destinada ao custeio de privilégios e mordomias dos detentores do poder, os quais, inclusive, se previnem para futuros incertos. Apesar de alguns destaques setoriais e do bom desempenho do setor agro-pecuário, que insiste em crescer contra as adversidades da infra-estrutura e dos altos juros, os resultados da insanidade nacional, a seguir citados, não dão margem a dúvidas: • o crescimento demográfico dos pobres é cerca de oito vezes o da classe média; • o desemprego estrutural é da ordem de 10%; • a dívida pública, acima de 55% do PIB, inviabiliza o equilíbrio fiscal e mantém elevado o "risco Brasil"; • a taxa de investimentos não tem passado de 18% do PIB, ao passo que seriam necessários 25% para sustentar o crescimento; • o assistencialismo demagógico derruba ainda mais a produtividade do escasso e caro capital; • um Estado ineficiente que não se deixa controlar, custa cada vez mais e presta serviços cada vez piores; • os altos juros, necessários ao controle da inflação, manutenção do equilíbrio externo e financiamento do déficit público (de alto risco), inviabilizam qualquer possibilidade de crescimento. Fechando a roda da insensatez, a destruição da educação e da cultura, o desprezo à meritocracia, combinando-se com o culto à anarquia e a degradação dos valores éticos, morais e cívicos, foram empurrando o país para o atraso, o obscurantismo e a barbárie. Com toda uma geração de brasileiros privada do conhecimento das idéias liberais, humilhada dentro de seu próprio país por um Estado dissociado da realidade e dominado por uma "nomenklatura" sem escrúpulos, restam poucas esperanças de um milagre. Não há alicerces, portanto, para se construir uma "sociedade de confiança", única capaz de promover o progresso moral e econômico de uma nação que se posta ajoelhada diante de uma crescente burocracia estatal, parasita e voraz que enseja a malandragem, a corrupção e o banditismo, às vezes, até mesmo dentro da lei. O povo, em especial o que restou da classe média, anestesiado após tantos anos de abusos oficiais e já incapaz de se indignar com os mais atrozes desmandos e barbaridades, recusa-se a admitir a iminente catástrofe. Prefere acreditar na "esperança" a enfrentar a realidade, num processo de auto-engano sem par em qualquer civilização. Com resignação bovina, caminha de cabeça baixa para o matadouro sem perceber o que está acontecendo. Açoitada pela violência urbana e rural, em vez de exigir segurança, a dita "sociedade civil organizada" realiza passeatas pela paz, contra a violência, pela cidadania etc., sem sequer suspeitar de que estes motes nada mais são do que aquilo que os ideólogos dos subversivos Movimentos Populares e Sociais estipulam como eixos de luta da revolução socialista, em torno dos quais é possível a associação de idéias que se destinam a obter a aceitação e fixação de premissas revolucionárias marxistas, de forma que a massa faça coro e se comporte de acordo com o ideário nunca confessado dos manipuladores. Sorridente, adere à campanha do desarmamento para que, desarmada, se torne inofensiva. Prefere acreditar que tudo é conseqüência das "desigualdades sociais", sempre mencionadas como inerentes ao capitalismo, aceitando que, cada vez mais, metam a mão no seu bolso e dominem a sua psique para o sustento da "caridade oficial" que rende dividendos políticos aos embusteiros. Assim, desempenha o papel de inocente útil que, sem perceber, presta relevantes serviços, tanto à causa do socialismo internacional como à do vigarismo nacional. Para justificar o raciocínio falacioso, ainda tem à disposição os bodes expiatórios da globalização, do FMI, do governo Bush e tantos outros ícones do mal, repetindo o propalado aos quatro ventos por uma poderosa rede internacional de propaganda ideológica de cunho marxista e anarquista. Um bom exemplo tivemos no Fórum Social Mundial realizado em Porto Alegre (RS). Nem no Afeganistão dos talibãs havia tanto conformismo: tribos rebeldes não se submetiam ao arbitrário poder central e muito menos aceitavam palpites alienígenas desagregadores. Enquanto o mundo civilizado se desenvolve, o Brasil se apega ao atraso. Permanece como paraíso dos saqueadores do erário, sejam eles antigos "coronéis" nordestinos, políticos profissionais, federações e associações classistas, bancadas corporativistas ou comunistas frustrados e ressentidos. O povo paga, se vira para sobreviver e sabe perfeitamente que, quaisquer que sejam as suas angústias, não tem a quem se queixar. Por isso não mais reclama, muitas vezes descambando para obter Justiça com as próprias mãos ou se utilizando de outros expedientes escusos. Isso não é mesmo um paraíso para os beneficiários do atraso? Após muitos anos de persistente trabalho para a obtenção da hegemonia cultural gramscista, o senso comum modificado da nação está absolutamente equivocado. E o pior: o senso comum é uma afronta à inteligência e ao bom senso. Liberais do meu Brasil, uni-vos! Homens de bem que ainda existem, organizem-se, lutem, procurem espaços, de forma que seus gritos de alerta, verdadeiramente democráticos e probos, conduzam a Nação brasileira aos seus melhores destinos.
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