Irregularidade menstrual, suor abundante e ondas de calor (fogachos) são algumas das reações físicas que as mulheres sentem assim que entram no climatério, período de transição da etapa reprodutiva para a não reprodutiva, que acontece perto dos 50 anos. Algumas também ficam mais irritadas, nervosas e apresentam oscilações de humor. Geralmente, filhos e marido são os primeiros a perceber as mudanças.

"Nesse período, o ovários deixam de produzir os hormônios estrógeno e progesterona. A falta dessas substâncias acarreta alterações físicas e emocionais, podendo facilmente ser amenizadas com um tratamento individualizado", diz a endocrinologista Dolores Pardini, professora da Unifesp.

Hoje, a terapia hormonal (TH) é prescrita somente nos casos onde exista indicação. As principais são osteoporose, fogachos e alterações genitourinárias. "Em alguns desses casos, os benefícios da TH podem superar alguns riscos que podem ser controlados clinicamente", diz a médica. Mas também existem os tratamentos alternativos que não substituem a reposição hormonal, mas podem, em alguns casos.

A insônia é outro sintoma do climatério. Dormindo mal, quase sempre as mulheres acordam de mau humor, tornando a relação com as pessoas de sua convivência ainda mais delicada. "É muito comum a paciente contar das crises vividas em família quando vem em busca de um tratamento". Outra queixa freqüente é a falta de libido, já que a alteração hormonal provoca a falta de lubrificação vaginal e desejo nas mulheres, podendo comprometer a qualidade da relação com o marido ou parceiro.

Com ou sem indicação para a TRH, doutora Dolores ressalta que é necessário que a mulher cultive hábitos saudáveis, praticando exercícios físicos, como, por exemplo, caminhada, hidroginástica ou natação, e passe a ter uma alimentação mais equilibrada, evitando alimentos ricos em colesterol e dando preferência às frutas, raízes, verduras, legumes e cereais.