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Opinião
12/06/2013 - 07h00
O Dia dos Namorados e as novas gerações
Aurélio Melo
 

Aqueles que nasceram ainda na década de 1970 tiveram a oportunidade de trocar correspondências amorosas por intermédio dos correios. Eram cartas escritas manualmente, muitas vezes, com canetas que exalavam agradáveis fragrâncias, perfumando o papel. A expectativa, pela espera da carta, durava dias. O namoro também durava muito também na medida em que dependia dessas correspondências. O Dia dos Namorados, data em que se celebrava a união dos apaixonados, parecia demorar a chegar. Mas, mesmo assim, já sabiam os solteiros, o tempo era curto para os que ainda não tinham candidatos ou candidatas...

Veio, então, a revolução da comunicação: a internet. Nasceram os bebês que mais tarde seriam conhecidos como geração Y e Z. O fim dos anos 1980 e a década seguinte seriam o prenúncio de novas formas de comunicação. E com elas novas formas de relacionamento. As cartas de ontem deram lugar às declarações amorosas no Facebook de hoje, tornando público aquilo que considerávamos íntimo. As relações amorosas continuam românticas, mas pós-modernas. O tempo agora é o da modernidade líquida, disse Bauman [*]. O sólido foi substituído pelo líquido, tornando o mundo um lugar de velozes e sucessivas transformações, onde permanecer o mesmo, com as mesmas companhias (inclusive as amorosas) significa envelhecer. Agora, a ordem mundial é renovar a todo instante.

O Dia dos Namorados está muito próximo, mas há muito tempo para novas relações porque muita (ou pouca?) coisa pode ser dita pelo WhatsApp nos próximos dias. Quem, hoje, da geração Y (porque a Z será ainda mais diferente) esperará até o final do dia, pelo WhatsApp confirmando o jantar do dia 12? Nas próximas horas muitos outros convites serão feitos e muitos relacionamentos amorosos terão se constituído e desconstituído porque no tempo da modernidade líquida, a vida é curta demais para ficar esperando...

[*] Sociólogo polonês, autor de vários livros sobre as relações humanas na contemporaneidade.


Nota do Editor: Aurélio Melo é psicólogo clínico e professor de Psicologia do Desenvolvimento da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

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