Terceira causa de morte nos países desenvolvidos, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) atinge 1 pessoa a cada 1 mil habitantes anualmente - No Distrito Federal, por exemplo, são cerca de 2 mil casos novos por ano. A doença, popularmente conhecida como "derrame cerebral", ganhou destaque na imprensa nacional após acometer a participante do programa Big Brother, Marielza de Souza. Existem dois tipos de derrame: o isquêmico (80% dos casos) e o hemorrágico. O primeiro é causado pelo bloqueio ou redução do fluxo sanguíneo devido à obstrução de um vaso ao encéfalo (cérebro). Já o hemorrágico, é provocado por uma ruptura de um dos vasos que leva sangue ao sistema nervoso central. Em geral, o hemorrágico é o mais grave por gerar uma lesão das fibras do tecido cerebral e provocar uma compressão no cérebro. Os sintomas variam com a intensidade do derrame, com a idade do paciente e com a localização exata na qual ocorre. São eles: confusão mental, sonolência contínua imotivada, dificuldade de se comunicar pela fala, redução da força/sensibilidade de um dos membros ou de um dos lados do corpo, dificuldade de caminhar, redução da audição e/ou da visão e dor de cabeça súbita ou progressiva. "Vale lembrar que estes sintomas não são exclusivos do AVC, mas caso eles ocorram deve-se levar o paciente imediatamente ao hospital mais próximo que esteja capacitado ao tratamento agudo de derrame cerebral. O tempo é precioso, pois o neurologista tem apenas 3 horas para tentar reverter um AVC agudo. Tal reversão é feita por cateterismo e medicação específica, para casos selecionados", alerta o neurologista Luiz Cláudio M. Pereira. Alguns pacientes poderão não apresentar seqüelas, já outros podem perder o movimento de um dedo, de um braço, de todo um lado do corpo ou até a total ausência de resposta neurológica - conhecida como estado vegetativo persistente. "As conseqüências do derrame dependem dos locais do cérebro que foram afetados pela isquemia ou pela hemorragia cerebral. Quanto mais áreas forem afetadas mais seqüelas ocorrerão", finaliza Dr Luiz Cláudio. Prevenção é o Melhor Caminho: Uma conscientização permanente dos cidadãos através de campanhas educativas pode ser uma forte aliada na prevenção do AVC. "A imprensa também tem papel fundamental na disseminação de informações, já que dados do Conselho Federal de Medicina mostram que em 2002 as doenças do aparelho circulatório foram as causas mais freqüentes de óbito nas regiões Sul e Sudeste", ressalta Dr Marcos Knibel, médico que ganhou grande atenção da mídia nacional por ter assistido à paciente Marielza, hospitalizada no CardioTrauma (RJ). É fundamental que a população conheça os grandes inimigos que favorecem o surgimento da doença, além dos primeiros sinais de desenvolvimento de um AVC, já que hoje existem medicações que podem minimizar seus efeitos ou até mesmo impedir sua evolução. Dr Knibel alerta que os principais fatores de risco da doença são: histórico familiar, obesidade, sedentarismo, tabagismo, hipertensão arterial, distúrbio do metabolismo das gorduras (colesterol, triglicerídeos) e do açúcar (diabete). O médico ressalta, ainda, que há um crescimento do número de mulheres vítimas de Acidente Vascular Cerebral no País. "Atualmente, a mulher trabalha fora, leva uma vida estressante, não tem tempo para se alimentar de maneira correta e, ainda, fuma com mais freqüência, o que facilita a ocorrência de AVCs", finaliza.
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