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Opinião
18/06/2013 - 07h01
Manifestações, a hora de ouvir
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Os governos e a própria sociedade vêm enfrentando uma série de dissabores. Além das ruidosas e violentas manifestações pelo passe livre, assiste-se o bloqueio dos estádios, a rebeldia dos índios, as incursões do MST e assemelhados e as já habituais marchas contra a corrupção, pela paz, das vadias, parada GLTB e outras. Descuidaram-se os governos que, só pensando em eleições e reeleições, não procuraram saber, no nascedouro, quais as motivações e reivindicações. A gota d’água foi pingada durante as passeatas de São Paulo e Rio, que ainda se encontram efervescentes e com a possibilidade de, mal administradas, caírem na degringola, oferecendo os cadáveres necessários à implantação total da crise. Fez bem o governo paulista ao chamar as lideranças para a mesa de negociação. Mas é preciso ter o que negociar.

Apesar de vivermos numa democracia, os governos, as instituições e a sociedade fazem ouvidos moucos ao clamor que vem das ruas. Não é de hoje que a imprensa vem registrando essa displicência. Apesar das benesses das bolsas e cotas e da desoneração fiscal de veículos, móveis e eletrodomésticos, que ensejam até o duvidoso discurso oficial de um país que acaba com a pobreza, dá educação ao povo e mantém a economia em alta, lateja a realidade dos graves problemas sociais que, a cada dia, mais se agravam e não encontram solução. A violência, em suas diferentes formas, toma conta de todo o território nacional, dos grandes centros até aos mais longínquos grotões. Apesar da propaganda, a obrigação constitucional de dar atendimento de saúde à população está muito aquém das necessidades. A falta de creches desestrutura as famílias cujos cônjuges têm de trabalhar e a educação pública, também obrigação constitucional, é sofrível, entre outros dissabores diários.

A tarifa dos transportes de massa é apenas um dos problemas. A falta de atenção dos governos e autoridades ao foco de insatisfação, constituiu-se no fermento que levou às manifestações e à violência que temos assistido. Certamente os organizadores não desejam os distúrbios, mas existem outros setores, também desdenhados pelos governos, que querem e poderão aproveitar o caldo para fazer o prato desandar.

O governo, as instituições e principalmente a classe política, têm de se reciclar. Deixar de lado a luta pelo poder e interesses próprios, e sair dos gabinetes, indo ao encontro da comunidade para ouvir os seus reclamos e trabalhar, honestamente, para a solução dos problemas. A distância e a falta de diálogo formam um fosso entre o poder e o povo, e isso é muito perigoso. Governantes, parlamentares e lideranças, se quiserem manter seu status e garantir a democracia e a paz social, precisam abrir seus ouvidos à população e – mais que isso – encontrar soluções para as aflições da família e do cidadão comum. De nada adiantará políticas paternalistas e populistas se não houver o ambiente salubre e seguro para as pessoas viverem.


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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