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Crônicas
22/06/2013 - 10h00
O quê? Como é mesmo?
Sidney Borges
 

Em meados de 1968 fui comprar apostilas na FAU, na rua Maranhão, em São Paulo. Eu era jovem, tinha apenas 19 anos e, no quesito político, estava tão por fora quanto o umbigo da Jacqueline Myrna. E que umbigo! Preciso explicar: naquele tempo quando alguém não sabia alguma coisa diziam que estava mais por fora do que umbigo de vedete. Jacqueline Myrna era vedete. Pois é, aos 19 anos eu era faminto, por isso fui até o bar do Zé, na esquina da Maria Antônia com a Dr. Vila Nova e pedi um bauru e um guaraná, eu tinha um certo viés de esquerda, não bebia coca-cola. mas usava calça Lee, o que era uma contradição. Estava eu às voltas com meu sanduíche, na verdade com o segundo, quando começou a entrar gente. Gente e mais gente. Começaram a beber cerveja e discutir, um cara barbudo gritava: apedeutas traidores, revisores, cuecões. Eu usava cuecas Zorba, modernas, mas não tinha nada contra cuecas de botão, na verdade até tinha algumas velhas e confortáveis, como são as cuecas velhas. Não imaginei que chamar alguém de cuecão fosse tão ofensivo. Começou um quebra pau daqueles. Tive de sair rápido, levei meio sanduíche para comer na rua, mas quando deixei o bar uma surpresa; polícia pra todo lado! Consegui escapar por pouco, entrei num ônibus e fui para a praça Clóvis Beviláqua. Tinha gente escapando pelo ladrão. Continuei a fuga, tomei outro ônibus, desta vez elétrico, daqueles que a gente dizia ônibus de suspensórios, e fui parar na Aclimação. Nervoso e ansioso entrei numa pastelaria e pedi dois de queijo e um de palmito. Duas horas depois voltei à rua Maranhão para pegar o fusca do meu pai que estava estacionado perto da faculdade. Foi um sufoco, eu não entendi nada, só soube o que aconteceu lendo o JT no outro dia. As manifestações de agora também me pegaram de surpresa. Viver é complicado!


Nota do Editor: Sidney Borges da Costa é jornalista. Mantém o blog Ubatuba Víbora (www.ubatubavibora.com).

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