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Opinião
05/03/2005 - 11h25
Terceirização da merenda?
Corsino Aliste Mezquita
 

1. Como medida preventiva gostaria comunicar aos mandatários da Prefeitura Municipal que nenhum dos que trabalharam comigo tem informado de nada do que atualmente está acontecendo. Conseqüentemente, é dispensável a caça às bruxas. Incomodar coitados com broncas descabidas e injustas é um ato de indignidade.

2. As informações que utilizarei neste artigo foram a mim transmitidas em dezembro de 2004 por integrantes da atual administração que não trabalharam na anterior. Foram transmitidas com toda a ingenuidade e pensando que estariam descobrindo o carrinho de uma só roda. Outras informações são do meu conhecimento faz muitos anos. Naquela oportunidade informaram que era um compromisso de campanha e que iria acontecer.

Retruquei: "Falam ao Exmo. Sr Prefeito Eleito que não cometa esse crime. As crianças, jovens e adultos que se alimentam nas escolas merecem respeito e não podem ser massa de manobra de interesses eleitoreiros e de supostos compromissos de campanha. Criamos uma estrutura de distribuição e serviço da merenda quase perfeita e decretamos a fome zero dentro do âmbito das escolas. A estrutura foi criada para resolver um grave problema social do município e não pode ser desmontada ou entregue a empresários particulares para pagar compromissos de campanha. Seria uma ignomínia e um retrocesso para o município. O nosso empenho em servir merenda abundante e de qualidade foi uma conseqüência da sensibilidade social da administração com os problemas dos alunos. Nosso programa de Merenda Escolar foi premiado em Brasília. Cabe à futura administração aperfeiçoá-lo e organizar as hortas comunitárias divulgadas na campanha". Não sei se o recado foi dado. Caso tenha chegado ao conhecimento do Exmo. Sr Prefeito parece não ter surtido efeito.

3. A terceirização da merenda está agora em todos os ambientes. Os interessados consideram-se no direito de caluniar a administração anterior e propagar mentiras as mais desbragadas.

4. Entre as mentiras e ou calúnias podemos destacar:

A - Os funcionários furtam a merenda e por isso gasta-se mais com sua administração direta. É uma ofensa de tal gravidade que só pode ser atribuída a irresponsáveis. Os esforçados, abnegados e prestativos funcionários não merecem essa injúria, esse desrespeito. Só colocaria minha mão à palmatória se os diretores e vice-diretores que se encontram na estrutura central da administração de educação desenvolviam essa prática. Também não acredito na hipótese.

B - Para provar isso virá uma empresa especializada fazer um levantamento e certamente vai indicar que é melhor e mais barato fazer a terceirização. O maior otário de Ubatuba sabe que a empresa vai provar que "focinho de porco é tomada e dá choque". Podem dispensar o levantamento. Esse tipo de levantamento já existe, na Prefeitura, desde agosto de 2000, quando a administração da época embarcou em aventura semelhante com os resultados que todos conhecemos e que se traduziram em fome, revolta, todo tipo de limitações para as crianças, impossibilidade de repetir, proibição de funcionário e professor se alimentarem nas escolas mesmo naquelas mais afastadas e que a maior parte faz horário corrido. Foi um total desrespeito e agressão à autonomia das escolas e ao bom senso.

C - É mentira que o preço das mercadorias compradas para a merenda estivesse elevado. Prova contundente disso é que, já na atual administração, foi re-alinhado o preço da carne, da salsicha, do frango, (pasmem-se, também do frango que foi objeto de denúncia à Promotoria Pública). Como é Sr Vice-Prefeito, agora não está superfaturado?

D - Também é mentira que não existam contratos abertos para a compra de alimentos e gás. Além de dispor desses contratos existem processos de compras rápidas que podem ser usados pelo poder público. É só saber administrar.

E - Também não procede que não existe verba e dinheiro para comprar merenda. No orçamento deste ano foram previstos R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais) para a compra de alimentos e gás de cozinha. Quase 900.000,00 (novecentos mil) a maior que no exercício de 2004. Não é possível que falte dinheiro nesta época do ano. Nos quatro anos da administração anterior nunca faltou dinheiro para a merenda.

5 - A experiência de 2000 deixou algumas lições que foram vivenciadas por grande parte dos atuais ocupantes dos cargos em comissão da Secretaria Municipal de Educação e por grande número de professores e funcionários efetivos. Não é possível que em todo esse universo não exista energia para defender as causas da educação e obrigar à Administração Municipal a empregar os recursos da educação no atendimento aos alunos e só aos alunos. Entre as conseqüências de 2000 podemos destacar:

A - O custo da unidade de merenda (prato servido) passou de 0,14 (quatorze centavos) para 0,89 (oitenta e nove centavos). Sete vezes mais. Os cinqüenta dias de merenda terceirizada custaram aos cofres públicos mais que os cento e cinqüenta dias da administrada direta, naquele ano. Se mantido o contrato, em 2001, teriam-se gasto, com merenda de má qualidade, seis vezes mais do que gastamos com merenda de boa qualidade.

B - Não existia controle das merendas que eram servidas. Imaginem vocês estimativas feitas pela empresa fornecedora!

C - As crianças não podiam repetir.

D - Funcionários e professores não podiam se alimentar na escola, mesmo nas mais afastadas e nas quais parte da equipe da escola passa o dia todo.

E - Utilizaram equipamentos (geladeiras, fogões, freezer, liquidificadores etc.) da escola para fazer as refeições. Também usaram os utensílios e o espaço físico das escolas.

F - Os funcionários efetivos foram emprestados à empresa e por ela bastante desconsiderados e humilhados.

G - Nos 50 (cinqüenta) dias de aula que durou o programa os diretores falavam que não sabiam quem mandava na escola. Eles tinham perdido o controle.

H - Os custos desse desastre e da rescisão amigável do contrato foram pagos pela administração que se iniciou em primeiro de janeiro de 2001.

6 - As técnicas que atualmente estão sendo utilizadas são de mesmo estilo às utilizadas em 2000. Já estão deixando faltar merenda, nas escolas, para desmoralizar o sistema. Como pode desmoralizar-se um sistema que deu certo durante quatro anos e que foi elogiado por situação e oposição? Esperamos que quem seja desmoralizada seja a administração atual.

7 - Terceirizar a merenda é um ato de lesa - funcionário, lesa - criança, lesa - jovem e lesa - adulto que se alimenta na escola.

8 - Esperamos que antes que tomem quaisquer decisões o problema seja discutido com a sociedade e previamente aprovado pelo Conselho Municipal de Educação, pelo Conselho de Alimentação Escolar e pelo Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública Municipal. Se nossos administradores dos recursos sob responsabilidade da Secretária Municipal de Educação, os órgãos de controle, e o Sindicato não tomarem consciência que os recursos da educação são única e exclusivamente para atender programas educacionais teremos mais quatro anos de paralisia. Parar em educação é retrocesso.


Nota do Editor: Corsino Aliste Mezquita, ex-secretário de Educação de Ubatuba.

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