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Opinião
05/03/2005 - 17h42
Condoleezza 2008?
Marcelo Moura Coelho - MSM
 

Geralmente, quando o presidente americano do momento não pode mais se reeleger, como é o caso de Bush, ou desiste de tentar a reeleição, como foi o caso de Lyndon Johnson, o candidato natural da situação é o seu vice. Entretanto, Dick Cheney, o vice de Bush, já disse repetidas vezes que não deverá se candidatar à presidência (ainda que alguns neo-conservadores apostem e torçam pelo contrário). Cheney afirmou, inclusive, que pode servir melhor o presidente Bush se não ficar preocupado em se eleger daqui a três anos.

A desistência de Cheney em concorrer à presidência tem gerado uma série de boatos sobre qual candidato Bush escolheria para ser seu sucessor. O mais recente desses boatos é que Cheney renunciaria e para ocupar o seu lugar Bush indicaria a atual Secretária de Estado, Condoleezza Rice. Indicar a primeira mulher negra a ocupar a Secretaria de Estado americana como pré-candidata à presidência dos Estados Unidos, seria uma forma que Bush teria achado de apoiar alguém que siga as diretrizes de seu governo, já que os outros pré-candidatos republicanos (Senador John McCain, o ex-prefeito de Nova Iorque, Rudolph Giuliani e o governador da Flórida e irmão do atual presidente, Jeb Bush) não compartilham o mesmo ideário dele.

Por ocupar um cargo importante, um vice-presidente tem uma vantagem muito grande em relação aos outros pré-candidatos do partido, já que, além de ter maior visibilidade, a arrecadação de dinheiro para a campanha eleitoral fica muito mais fácil. Uma possível candidatura de Condoleezza Rice também dificultaria a vida de Hillary Clinton, uma possível candidata do Partido Democrata. Com Rice no páreo, os democratas não poderiam usar o mote (e clichê) eleitoral de que Hillary seria a primeira mulher a se candidatar à presidência dos Estados Unidos.

Apesar de faltarem ainda três anos e meio para a eleição presidencial americana de 2008, algumas pesquisas já mostram o potencial de Condoleezza. Uma pesquisa realizada durante um encontro dos conservadores americanos que aconteceu de 17 a 19 de fevereiro passado, mostrou que ela é a candidata preferida dos conservadores ao lado de Rudolph Giuliani (ele obteve 20% da preferência, enquanto ela obteve 19%, causando um empate técnico). Outra pesquisa revelou que 81% dos eleitores americanos votariam numa mulher para presidente. Ainda outra pesquisa realizada no site da revista Weekly Standard, um baluarte do neo-conservadorismo americano, revelou que 33% dos visitantes preferem Condoleezza Rice como candidata republicana à presidência americana. O segundo colocado, novamente Giuliani, obteve 15% dos votos. Já existem até sites, nenhum oficial, que defendem a candidatura de Condie, como ela é carinhosamente chamada.

Condoleeza Rice nasceu em 1954 no estado do Alabama, o mesmo ano em que a Suprema Corte americana acabou com a segregação racial institucionalizada. Filha de um pastor presbiteriano e de uma professora, durante a infância e adolescência ela teve que lutar contra a segregação e o racismo mas, ao contrário daqueles que se fazem de vítimas do preconceito, Condoleezza diz que essas adversidades só a ensinaram a ter determinação e a ser duas vezes melhor que os outros.

É bastante provável que ela tenha sido duas vezes melhor que os outros: Condoleezza formou-se com honra em ciência política na Universidade de Denver quando tinha apenas dezenove anos. Com vinte já tinha terminado o mestrado na Universidade de Notre Dame, aos vinte e dois começou a trabalhar no Departamento de Estado americano, ainda durante o governo de Jimmy Carter, e aos vinte e sete já era doutora em Relações Internacionais pela Universidade de Denver. Além do inglês, Condoleezza ainda é fluente em espanhol, francês e russo. Além disso, ela lecionou ciência política durante vários anos na Universidade de Stanford. Com certeza, os dotes intelectuais dela não serão objeto de piada, como acontece com Bush.

Condoleezza trabalhou no governo de George H. W. Bush, pai do atual presidente, de 1989 a 1991 no Conselho de Segurança Nacional. Ela era a especialista em União Soviética e Leste Europeu e Bush (o pai) diz que tudo o que sabe sobre a URSS, aprendeu com ela. Já no governo do atual presidente, Condoleezza trabalhou como Assessora de Segurança Nacional durante o primeiro mandato e, desde janeiro deste ano, ela ocupa o cargo de Secretária de Estado.

Se Condoleezza Rice será candidata, ninguém sabe. Ela mesma não fez nada para encorajar os que fazem campanha para ela. E nem tudo são flores. Condoleezza não tem experiência em campanhas políticas, já que nunca se candidatou. Também não se deve menosprezar os pontos negativos pelo fato dela ser mulher e negra. E, o mais importante, é que sua possível candidatura está ligada ao sucesso da política externa de Bush. Se Bush falhar no Iraque, ela não terá qualquer chance. Caso contrário, daqui a pouco menos de quatro anos, nós poderemos estar vendo uma mulher negra ocupando o cargo mais importante do planeta.


Nota do Editor: Marcelo Moura Coelho é acadêmico de Direito no UniCeub em Brasília.

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