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Opinião
13/07/2013 - 08h11
A vulnerável viatura policial
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Desde a infância, quando meu pai – o Zezinho Soldado, da então Força Pública de São Paulo – servia em diferentes cidades do interior, acompanho a problemática de equipamentos e meios da polícia. Naqueles românticos tempos, as cidades interioranas possuíam apenas algumas viaturas, sendo jipes e fusquinhas, muitos deles em mau estado de conservação e com escassa cota de combustível. Em muitos casos, devido às pequenas distâncias, o serviço policial, inclusive a condução de detidos, era feito a pé. Depois, como policial, ainda encontrei os fusquinhas e outros veículos modestos, mas suficientes para as necessidades da época. Hoje, as distâncias ampliadas e, principalmente, a violência dos confrontos, gangs e criminosos organizados e fortemente equipados, exige cada dia mais recursos. Os coletes à prova de bala, as pistolas e as viaturas modernas que, como líder de classe lutei pela implantação, já se tornam insuficientes diante do poderio do inimigo social.

O soldado que antigamente andava fardado e impunha respeito e segurança ao seu redor, hoje tem que esconder sua identidade e profissão para não ser caçado pelos criminosos enquanto se dirige de casa para o trabalho. Mesmo quando está atuando, corre muitos riscos porque, não raras vezes, sua viatura é metralhada pelos criminosos, portadores de potentes armas de guerra (pistolas, fuzis, metralhadoras e até bazucas antiaéreas) que amedrontam as populações. Temos perdido muitos companheiros nessa guerra suja, não oficialmente declarada, mas na verdade presente em nosso cotidiano.

Está na hora dos governos e corporações policiais repensarem suas frotas de segurança pública. Em vez dos veículos convencionais apenas equipados com comunicação e acessórios específicos, o ideal é passar a utilizar carros blindados. Aliás, um recurso já empregado pelos bandidos que confrontam com a polícia. Se as viaturas policiais fossem blindadas, seus operadores teriam melhores condições para cumprir a sua missão de proteger a sociedade. E o Estado, como empregador, não teria grandes prejuízos. Investiria mais nos veículos, mas em contrapartida, aumentaria sua eficiência e principalmente deixaria de perder a vida de tantos policiais. É importante lembrar que, para poder começar a atuar, um policial é admitido em concurso público e passa por um longo treinamento, de pelo menos um ano, em tempo integral, tudo custeado pelo Estado. Depois, ao longo da carreira, continua sendo treinado. Se é abatido, além da perda pessoal e do desamparo da família, que passa à condição de pensionista do Estado, a própria instituição perde tudo o que nele investiu pois terá de preencher sua vaga mediante a contratação e treinamento de um outro profissional.

Já existem algumas experiências de polícias utilizando veículos blindados apreendidos de criminosos. O mais indicado, no entanto, é que a própria frota seja blindada, como meio de agir com mais segurança e eficiência. Não podemos continuar, por inércia ou incompetência estatal, perdendo para o crime tantos companheiros de trabalho. O Estado e seus braços armados têm de dispor de meios suficientes para enfrentar o crime e a violência. Esse é o seu dever constitucional...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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