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Opinião
18/07/2013 - 07h00
Manifestantes vão `reclamar ao bispo´
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Durante sua visita ao Brasil - entre os dias 22 e 28 próximos - o papa Francisco deverá ser abordado por protestos promovido pelos grupos que desde o mês passado vêm ocupando as ruas, praças e prédio públicos brasileiros em busca de mudanças. A informação é da insuspeita ABIN (Agência Brasileira de Inteligência), o órgão de informação do governo, responsável pela logística e segurança no seu programa no Rio de Janeiro e em Aparecida (SP). Embora se afirme que as manifestações não serão contra o pontífice, os órgãos de segurança e o próprio governo estão cautelosos. Seria muito embaraçoso o caldo entornar e as autoridades brasileiras terem de reprimir manifestações na presença do líder da igreja que, como de hábito, aparece em público conduzindo mensagens de paz a todos os povos. A repercussão para o país seria a pior possível, principalmente porque essa será a primeira viagem internacional de Francisco, que virá acompanhado de jornalistas e veículos de comunicação de todo o mundo.

Se, de fato, forem ao papa, os manifestantes poderão, no máximo, pedir o seu apoio institucional às teses, já que desde o advento da República, em 1889, o Estado brasileiro é laico, separado de Igreja, embora esta tenha sua força institucional. Fosse no império, os manifestantes encontrariam no bispo - e o papa é o bispo de Roma - uma sede de recurso para seus reclamos. Mas, com o passar do tempo e o afastamento da influência da Igreja nas coisas do Estado, a frase "vá reclamar ao bispo", muito empregada nas décadas passadas, tornou-se símbolo de reclamação inviável, sinônimo de que o reclamante não tem a quem recorrer, pois a autoridade eclesiástica nada pode fazer pela sua causa. E assim parece ser em relação ao papa Francisco.

Em vez de recorrer ao papa, os diferentes movimentos que lutam por mudanças no país, não devem se descuidar e concentrar o foco reivindicatório naqueles que possuem condições objetivas de atendê-los através de procedimentos administrativos e, principalmente, de alterações legais. Por mais boa vontade que tenha e bem impressionado que fique, Francisco não poderia fazer mais do que pedir à presidenta Dilma e, talvez, aos presidentes das casas legislativas, para atenderem aquilo que o povo pede. Nem teria condições reais, e até diplomáticas, de descer a detalhes. Logo, "reclamar ao bispo", de nada adiantará.

Mas os prefeitos e vereadores, estes sim, por estarem mais próximos aos eleitores, podem e têm obrigação de ouvir o povo e, com sua representatividade, forçar os eleitos das esferas federal e estadual - presidente, governadores, senadores e deputados - a tomar atitudes que beneficiem a população descontente e manifestante. Senadores e deputados, distantes do povo, por exemplo, discutem uma esquisita e embrulhatória reforma política; ainda não votaram a Lei de Diretrizes Orçamentárias e, por isso, não puderam entrar em recesso no mês de junho, mas deram um jeitinho para não trabalhar entre os dias 18 e 31. Isso deveria ser observado com toda a atenção pelos movimentos que querem mudar o Brasil. É preciso cobrar preferencialmente os que recebem nossos votos. Se eles simplesmente cumprirem o que prometem em campanha, o Brasil estará salvo...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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