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Opinião
20/07/2013 - 08h00
A impatriótica campanha precoce
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

A Resolução nº 23390, do Tribunal Superior Eleitoral, fixa 5 de outubro próximo (um ano antes), como data da abertura do calendário das eleições de 2014, que elegerão presidente, governadores, senadores e deputados. A partir daquele dia, ninguém poderá trocar de partido, se pretender ser candidato. As pesquisas eleitorais, segundo a mesma instrução, estarão liberadas a partir de 1º de janeiro de 2014 e o registro das candidaturas só ocorrerá em julho, quando os postulantes poderão começar a campanha. Mas, infelizmente, a prática mostra-se diferente. Hoje - faltando ainda 16 meses para a chamada do povo às urnas - já temos os candidatos “lançados”, articulações em curso, pesquisas eleitorais e, de quebra, as discussões sobre a reforma política, constituindo o impatriótico cenário que agrava e desgoverna o barco chamado Brasil. Considerando-se que o país pára durante o período eleitoral, o quadro é danoso.

Governo, parlamentares e partidos continuam divorciados do povo, a quem recorrem só na hora de pedir votos. Ao mesmo tempo em que a população sai às ruas em busca de ações concretas para o barateamento dos transportes, da disponibilidade de vagas na saúde, educação e outros serviços públicos, a corte empenha-se em discutir a reforma política e, impatrioticamente, antecipar a corrida eleitoral do próximo ano. Perde-se, olhando para o próprio umbigo, um tempo que deveria ser empregado na solução dos problemas que afligem a população. Não fossem as discussões sobre a reforma política, ardilosamente intrujadas entre as reivindicações vindas dos protestos de rua, os governantes, autoridades e parlamentares teriam mais tempo para estudar, propor e aplicar soluções para as deficiências dos serviços públicos. Certamente já teriam aprovado a destinação dos royalties do pré-sal para a Educação e a Saúde e aprovado outros projetos de interesse geral.

As cenas que temos visto nas ruas, onde os movimentos reivindicatórios de natureza pacífica acabam desandando para a desordem e o vandalismo, constituem um preocupante viés da situação nacional. Os demagogos detentores do poder das últimas décadas, a pretexto de democracia, abriram mão do poder coercitivo do Estado e - pior que isso - amordaçaram e enfraqueceram as instituições e os policiais. O resultado é o caldeirão fervente em que se transformou a sociedade, onde o crime corre à solta, aniquila a liberdade do cidadão e transforma nossas cidades em território conflagrado, dominado por facções e operado por criminosos cada dia mais incontroláveis e sanguinários.

Em vez de eleições antecipadas, forma de governo, duração de mandato, a corte política, hoje, deveria preocupar-se com a maior urgência possível em atender às inadiáveis necessidades básicas reclamadas pela população e cumprir com determinação o seu dever de proporcionar ao povo no mínimo um ambiente mais seguro para trabalhar, estudar e viver. Sem a retomada do “imperium” estatal, nosso futuro será incerto, e a democracia não terá passado de um sonho transformado em pesadelo...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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