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Opinião
22/07/2013 - 17h00
Palavras atiradas ao vento
Dartagnan da Silva Zanela
 

1. Todos têm seu preço! Isso é uma verdade universal. O que não fica claro é a moeda utilizada em cada situação. Muitos se vendem ao custo dalguns trocados (ou de muitos). Outros pela concessão dalguns favores. Porém, há aqueles que mensuram seu preço com outras moedas como a honra, verdade, justiça, lealdade e por aí segue o andor. Obviamente, essas moedas, e outras tantas, não têm nenhuma paridade cambial com trocados, favores e demais benesses imundas que circulam maciçamente em nosso país, deixando as aquilatadas almas fora do mercado das ações políticas por não terem nenhuma paridade com o estado reinante.

2. Há, no Brasil, uma pequena porção de pessoas que integra uma massa militante, relativamente disciplinada, disposta a lutar pela implantação de seus delírios utópicos. Uma massa tão ousada quanto petulante. Doutra parte, temos uma multidão significativamente grande de sujeitos atomizados que formam um aglomerado amorfo e acanhado. Sujeitos que esperam ser respeitados simplesmente porque trabalham, dentro dos limites do possível, como cidadãos ordeiros. Desculpem-me, mas o primeiro grupo, seus mestres não tão ocultos e os coronéis de antanho, jamais os respeitarão por isso. De mais a mais, respeito se conquista portando-se à altura dele, não lamentando sua mutilação que, nestas plagas, ocorre diariamente dentro e à margem da lei.

3. Dum modo geral, na sociedade contemporânea, procura-se a fácil excitação dos sentidos na exaltação das sensibilidades mais bobocas. Com base nisto, edifica-se as regras gerais de nossos julgamentos, os ditos e escarrados critérios da tal consciência crítica. Uma consciência epidérmica e frágil que nada aprecia senão sua satisfação infantil e momentânea, similar a um drogado inveterado. Se algo for estimulante, considera-se bom. Caso contrário, faz-se aquele beicinho e projeta-se a monotonia da alma sobre o que foi desdenhado, dizendo que isso é chato, logo, indigno de atenção. Na verdade, a única coisa indigna é este o olhar criticamente apatetado que não sabe o que quer e muito menos o que deve fazer.

4. A fortuna é um vento impetuoso que sopra livremente para qualquer direção. Tem seus próprios humores e não verga-se para afagar os caprichos humanos. Sim, ela sorri para todos, porém, na maioria das vezes, não sabemos acolher suas gentilezas. Preferimos ficar com a carranca dum menino mimado, fiando nosso destino nas franjas de desatinos, com bordados de frívolas escolhas e de companhias que revelam muito mais sobre nós do que nossas palavras e choramingos fingidos. Olha, não sei se é melhor estar só que mal acompanhado, mas não temos como negar que as más companhias são apenas uma sombra turva dum mau elemento que faz pouco de sua fortuna e que escreve à toa o seu destino que segue desaprumado d’algum lugar para lugar nenhum.


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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