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Opinião
25/07/2013 - 17h02
Basta olhar no espelho
Dartagnan da Silva Zanela
 

Do que mais necessitamos? Está em voga, ou em moda, a folia da cidadanite neste carnaval dantesco chamado Brasil, onde os mais variados direitos (ou o que passou a ser chamado por tal alcunha) são reivindicados, seja com passeatas, atentados ou beijaços. Mas, insisto: do que, realmente, mais necessitamos em nosso país? De minha parte, estou com Eça de Queiroz: carecemos, e muito, de força para o nosso caráter, ciência para nosso espírito e justiça para nossa consciência.

Isso! Avaliar os fatos e os atos tendo sempre em vista a devida medida. Medida esta que não advém de nossa vontade, de nosso sentimentalismo, ou de nosso, como direi, queremismo egolátrico. Só podemos afirmar que nossa consciência é iluminada pelo gládio da justiça quando ela firma seu braço junto à Verdade. Se não é a verdade a fonte de nossos juízos, o tribunal de nossa consciência fica morto ou, no mínimo, cambaleando. E, infelizmente, assim o é, por preferirmos nossa satisfação à Verdade, como muito bem nos adverte Santo Agostinho.

Nosso espírito vê-se animado por toda ordem de imundices seculares que são confundidas com as luzes que santificam. Sim, quando relativizamos tudo e colocamos todos os frutos de mãos humanas num mesmo patamar, aprovando o nefasto como algo que está ao mesmo nível do o que é digno e verdadeiro, é sinal de que não mais temos um claro discernimento. Destruímos a ciência em favor dum relativismo vil que apenas auto-justifica nossa ignorância, como admoestava-nos os Papas, de Pio XII à Bento XVI.

Enfim, nosso caráter encontra-se anêmico por termos nossa vontade amornada por um bom-mocismo ridículo que quer fingidamente agradar a todos para melhor justificar toda ordem de idolatrias massageadas pelas potestades seculares e das trevas. E assim ficou nossa vontade por não mais firmar seu laço nos braços da razão e da fé, o que permitiu que as paixões livremente passassem a dar o rumo de nossas vidas, como bem nos ensina Platão e o Beato Papa João Paulo II, cada qual a seu modo.

Ora, por um ato de vontade renunciamos à Verdade que soberanamente deveria iluminar e guiar nossos juízos de consciência. Por um ato de vontade, relativizamos a realidade ontológica para não mais sermos incomodados com as exigências da ciência que nos convida a fiar nosso passo pela vereda da Verdade. Por fim, através dum ato volitivo abdicamos de nosso senso de dever em favor das águas turvas de nossos desejos umbilicalmente mesquinhos que permitiu o esmorecimento de nosso caráter.

Por essas e outras que, em nosso país, a voz do dever emudece e o sentimento augusto da liberdade abastarda-se. Só não vê quem não quer.


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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