Tudo começou com um projeto de pesquisa canadense para estudar a fundo a biografia de Madre Teresa de Calcutá. O que encontraram foi uma história completamente diferente daquela conhecida. Essa outra face mostrarei resumidamente neste e no meu próximo artigo.

Madre Teresa nasceu na Albânia e seu nome verdadeiro era Agnes Bojaxhiu. Prêmio Nobel da Paz em 1979, elogiada por presidentes e papas, Madre Teresa foi beatificada em 2003 e sempre foi uma referência de altruísmo e bondade, mas após anos de pesquisas sobre sua obra, três pesquisadores da Universidade de Montreal, no Canadá, mostraram outra face da religiosa e sustentam que ela era uma fanática e adepta de que os fins justificam os meios.

Também o jornalista inglês Christopher Hitchens fez um documentário, transmitido pela BBC, onde mostrou que ela apoiava os ricos e poderosos, e a eles tudo perdoava, enquanto aos pobres o tratamento era outro. Ela cultuava a morte e o sofrimento dos pobres, e dizia: “Acho muito bonito que os pobres aceitem o seu destino. É uma dádiva poder participar dos sofrimentos de Cristo”. Também dizia que o mundo poderia ser ajudado pelo sofrimento dos pobres.

Durante sua vida Madre Teresa abriu mais de 500 missões em mais de 100 países. Sua organização, as Missionárias da Caridade, recebeu milhões de dólares todos os anos, dinheiro este que era utilizado para expandir o seu império, mas quase nunca revertido para amenizar as dores de seus doentes. Muitos médicos que visitaram os “hospitais” das missionárias, em Calcutá, afirmaram que os mesmos tinham péssimas condições, sem médicos, remédios, higiene e nada para diminuir o sofrimento.

Apesar dos milhões, economia era a palavra de ordem. Em todos os hospitais havia uma placa “Hoje eu vou para o Céu”. A ideia era que os pacientes deitassem nas macas ou no chão e sofressem até morrer. Uma vez tinha um paciente gritando de dor e a Madre disse que ele estava sofrendo porque Jesus o estava beijando. O doente agoniado gritou para ela então pedir para Jesus parar de beijá-lo, pois não aguentava mais.

Penalizadas, muitas voluntárias pediam melhores condições, mas a política da Madre Teresa era a virtude da pobreza e do sofrimento. Por outro lado, quando ela ficava doente, ia para os melhores hospitais do mundo. Na ânsia de angariar fundos, Madre Teresa se associou a ditadores e famosos corruptos, não se importando de onde vinha o dinheiro.

De Baby Doc Duvalier, ditador do Haiti, famoso por violar os direitos humanos e por sua violência, ela recebeu muito dinheiro e homenagens. Em troca, dizia que o tirano amava os pobres e era adorado por eles.

(Continua)

Nota do Editor: Célio Pezza (www.celiopezza.com) é escritor e autor de diversos livros, entre eles: As Sete Portas, Ariane, A Palavra Perdida e o seu mais recente A Nova Terra - Recomeço.